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CHUVA AUMENTA OS TRANSTORNOS NAS VIAS DE ACESSO DA UFS:

Prolongamento das obras e má estrutura são os principais agravantes

Na manhã desta quinta-feira (04), em São Cristóvão (SE), na região metropolitana de Aracaju, o sol parecia anunciar mais um belo dia, até que, uma chuva que durou cerca de 40 minutos foi o suficiente para deixar as vias quase que intransitáveis. Na UFS, alguns trechos ficaram completamente alagados por falta de drenagem. O que acabou acarretando em transtornos para estudantes, professores e motoristas.

Trechos de difícil passagem

Trechos de difícil passagem

Estudantes e professores à pé, tinham de pular pelas poças d’água, e  meter os pés em lama foi inevitável, outros ainda se arriscavam entre um salto e outro, sem contar em ter que dar uma de equilibrista, passando por cima de entulhos e pequenos barrancos escorregadios, por não haver outra via de acesso. No entanto, para quem estava de carro não foi muito diferente, ter de entrar carro a dentro, em poças gigantes, sem saber ao certo a profundidade, ou se havia algum buraco não visível aos olhos, correndo o risco, ainda, de ficar atolado.

Alguns universitários se sentiram ilhados e constrangidos ao ter que trafegar em meios aos carros, e muitas das vezes, ser banhados inevitavelmente por carros que passavam, por não haver nenhuma via exclusiva para pedestre, mesmo que improvisada durante esse período de reestruturação. Além disso, as únicas vias estão sendo cada vez mais interditadas, sem previsão de voltarem ao seu estado normal, sobrando um espaço mínimo a ser dividido ao tráfego de uma quantidade oscilante de pessoas, em sua maioria estudantes.

Se já está sendo difícil conviver em meio ao barulho, poeira e vias interditadas, que aumenta e dificulta o percurso mesmo em dias ensolarados. Com a chuva e alagação, a situação piora consideravelmente. Está quase impossível de se chegar aos destinos! Muito embora transtornos sejam inevitáveis, o faz e desfaz nas obras, só prolonga ainda mais o caos, e põe longe das vistas a conclusão. 

Obras no caminho

Obras no caminho

Segundo, José Matos, motorista da UFS, já foi feita uma obra para sanar o problema, mas o reparo não foi suficiente. Esse quadro deixa assim, explícito o quão mal planejada está a universidade.      

 

Todo o quadro em questão denota a falta de planejamento da UFS, evidente nos pequenos lagos formados em poucos minutos de chuva, e em consequência, todos sofrem tendo de lidar com o caos que é, agora, o transitar na universidade, situação que tem se tornado rotineira.

Alagamento nas obras

Alagamento nas obras

Regiane Sá, Keizer Santos, Jessica Feitosa, Marília Santos, Laize Letícia e Aline Silva.

Orlinha do bairro Industrial: Atrás da ponte, ao lado do rio, no meio do povo

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“Se Aracaju tem a Orlinha do Pôr do Sol, o bairro Industrial tem a do nascer do sol”. Quem afirma é o Guarda Municipal Lima Almeida. O servidor trabalha no local há aproximadamente 8 anos e se sente privilegiado em diariamente acompanhar a rotina matutina de trabalhadores e observar a visita vespertina, periódica ou ocasional, de pessoas que vem se reenergizar com a brisa do Rio Sergipe.
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É hoje um dos cartões postais mais populares da zona norte de capital. Em toda a extensão possui restaurantes, bares quiosques, centro de cultura e arte, parques infantes, quadras de esporte. Não está na rota dos pacotes das empresas de turismo. Não é prioridade nas propagandas oficiais estatais . Passa ao lado das politicas dos governos de plantão. Ainda assim, tem a beleza peculiar e majestosa que a Natureza oferece. Tem um quê de romantismo. Algo de pitoresco. A rebeldia de um lugar que deveria ser marginalizado. A semelhança entre a estrutura física da Orlinha do bairro Industrial, a população de seu entorno e o público que a visita é a miscelânea perfeita do direito sagrado (quem sabe profano?) de se desafiar.
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Quando foi revitalizada em 2004, a Orlinha tinha uma finalidade: criar um espaço de lazer para a população da zona norte de Aracaju. Seria algo como: vamos criar um local domesticado para a população da zona norte não queiram (ou não possam) vir às áreas nobres ocupar o “olimpo” da nobreza aracajuana. Eles não entendem que ZONA NORTE nada tem a ver com ZONA da MORTE. Burocratas que sentem o preconceito mesquinho de que ainda não saiu do casulo da mediocridade.
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“Eu não conheço ainda a Orlinha”, afirma o desavisado.
“Não é local seguro”, desiste o inseguro.
“O que tem de belo lá?”, questiona o incrédulo.
“Prefiro locais mais chiques”, diz a vazia patricinha.
Esse festival de preconceitos não condizem coma realidade e a beleza do local. O casal. A criança. O pequeno cãozinho. Os comerciantes. A professora. Os namorados. Os curiosos. O povo se encontra na orlinha (palavra moderna para se dizer praça). O rio assiste a tudo e a brisa abençoa quem visita a extensão a beira rio.
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Em tempos de capitalismo (selvagem para uns, liberal para outros), a pequena orla gera emprego e renda. A garçonete Ana Cléia comemora. “ Oferecemos música popular brasileira para os frequentadores, comida suculenta e tentamos atender nossos clientes com máxima atenção. Não fazemos distinção se é turista ou morador do bairro. A periferia também pode se divertir”, afirma.
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A professora universitária Maria Isidória é uma entusiasta e assídua frequentadora. “Desde que cheguei a Aracaju para lecionar no Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Sergipe, comecei a procurar locais turísticos. O engraçado é que a Orlinha não constava nem na rota das operadoras de turismo, nem nas inserções de propaganda dos governos. Quando descobrir, passei a frequentar e sempre indico aos meus amigos”, testemunha o professora.
O fim de tarde chega. A noite prepara seu espetáculo. O palco está pronto. O som mavioso do vento é lentamente silenciado pelas caixas de som dos estabelecimentos comerciais. A sombra da ppnte e o brilho das luzes refletem nas águas dor rio. É a Orlinha do bairro Industrial. É gente querendo diversão.
Em tempos de geração X ou Y, tem quem prefira ver a vida pela janela. A janela moderna de um computador. Preso no quarto, vendo “ a banda passar”.
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#partiuorlinha #orlinhasualindameame #sóvaiquemveio
Fotografia e Edição: Carlos Alberto A. Lima 
Texto: Camila Roberta, José Leidivaldo e Whagner Alcântara

Energia limpa e renovável faz parte do estado de Sergipe

O mundo em geral está preocupado com a situação de destruição que o nosso planeta vem sofrendo durante anos, no âmbito dessas preocupações várias alternativas foram colocadas em funcionamento para diminuir os efeitos negativos que tem destruído o meio ambiente, dentre essas alternativas a geração de energia limpa e renovável gerada através de usinas eólicas, tem sido uma delas.

Torres do Parque Eólico, situado na cidade da Barra dos Coqueiros

Torres do Parque Eólico, situado na cidade da Barra dos Coqueiros A energia eólica produzida a partir da força dos ventos – é abundante, renovável,

limpa. Essa energia é gerada por meio de aerogeradores nas quais a força do
vento é captada por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador
elétrico.

As torres alteram a paisagem do local

As torres alteram a paisagem do local

Sergipe que está em uma região propicia a geração de energia eólica, escolheu o
município da  Barra dos Coqueiros, e no dia 29/01/2013 foi inaugurado o Parque Eólico de Sergipe, formado por 23 torres, com capacidade instalada de 34,5 megawatts (MW), o suficiente para abastecer uma cidade de 120 mil habitantes, tornando-se um marco histórico no estado.

A torre tem 100 metros, tamanho padrão.

A torre tem 100 metros, tamanho padrão.

O projeto foi apoiado pelo SERGIPETEC desde 2008, quando a empresa ENERGEN iniciou suas pesquisas no Parque Tecnológico em busca de ventos adequados no litoral sergipano. Em 2010 a ENERGEN foi oficialmente autorizada a construir o Parque Eólico pela portaria MME 617/2010 (http://www.aneel.gov.br/cedoc/prt2010617mme.pdf).

O vento é o responsável pela a geração de energia

O vento é o responsável pela a geração de energia.

Os pioneiros a utilizar essa energia limpa para a geração de eletricidade em
escala comercial foi o EUA e alguns países da Europa, começando na década de
70, devido à crise internacional do petróleo, apartir desse momento países como
o nosso, preocupado com o meio ambiente, vem desenvolvendo projetos de
pesquisas a procura de locais adequados para construção dos parques eólicos.

Todo investimento é válido quando se trata de ajudar o planeta.

Todo investimento é válido quando se trata de ajudar o planeta.

O PROINFA – Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, criado em 2002 pelo Governo Federal, por meio da Lei n. 10.438, tem como objetivo ampliar a participação das fontes alternativas na matriz elétrica, e
assim ajuda a reduzir a dependência da energia hidrológica e a racionalização
de oferta energética.

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De acordo com o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, elaborado pelo Centro de
Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), mostra que o Brasil tem excelente potencial para a geração de energia eólica, revela também que o maior potencial foi identificado na região litoral do Nordeste, Sul e Sudeste.

Segundo pesquisas o estado do Nordeste possui excelente potencial nessa geração de energia.

Segundo pesquisas o estado do Nordeste possui excelente potencial nessa geração de energia.

Em 2012, o Brasil foi o 8 país que mais implementou energia eólica ao mundo, essa corrida global por implementação de energia limpa  vem crescendo a cada ano no país, sendo que o saldo de parques encontra-se assim, no nordeste possui no total 6 (seis) parques eólicos, nos estados da Bahia são (2) dois, no Ceará são (2) dois, Natal (1) um e Sergipe (1) um. Sendo que o Parque Eólico de Osório no Rio Grande do Sul com 75 torres é a maior usina da América Latina e a segunda maior do mundo.

Brasil 8º país em 2012 em implementação de energia limpa e renovável.

Brasil 8º país em 2012 em implementação de energia limpa e renovável. A geração de energia elétrica através desta fonte é de extrema importância para o

Brasil, investir nessa área tem baixos impactos ambientais, à energia eólica se
apresenta como uma interessante alternativa de complemento no sistema elétrico nacional, e além desses fatores, é um fator gerador de emprego e renda e a possibilidade de atrair turistas para as fazendas eólicas aumentando o turismo da região. Diante de tantos benefícios, que a energia eólica produze  para o meio ambiente, Sergipe começa tem participação ativa para o desenvolvimento tanto econômico como sustentável, contribuindo em parte na preservação do planeta.

Protesto das 100 Cruzes denuncia a morte de jovens pelo narcotráfico na capital sergipana

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Desde segunda, as cruzes de madeira estão expostas na Praça Fausto Cardoso.

A Praça Fausto Cardoso, no centro da cidade de Aracaju, foi tomada por dezenas de cruzes brancas, feitas de madeira e material reciclável. O ato tem origens na religião, mas não é uma referência às comemorações da Páscoa. Representando o assustador índice de jovens assassinados pelo narcotráfico na capital, o chamado Protesto das 100 Cruzes é uma denúncia silenciosa da omissão das autoridades na luta contra as drogas.

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Protesto da Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos visa alertar a população e as autoridades para o problema das drogas.

O protesto foi idealizado e organizado pela Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos, uma associação de clérigos e leigos (que inclui advogados, médicos e psicólogos), fundada em 2002 em sediada no bairro Manoel Preto, que desenvolve um trabalho de redução de danos com usuários de drogas. A obra tem como objetivos chamar a atenção da sociedade contra o tráfico de drogas e intervir junto aos usuários no sentido de informá-los, auxiliá-los em tratamentos e tirar documentação daqueles que vivem nas ruas.

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Há mais de dez anos, a obra trabalha no apoio a usuários e moradores de rua.

Segundo o Padre Missionário Anselmo, um dos organizadores do protesto, “cerca de 28 jovens se prosituem entre as praças da catedral metropolitana e a praça Fausto Cardoso. Os meninos cobram cerca de 30 reais para fazer os programas e desse modo conseguem dinheiro para o consumo de drogas”. A Ordem oferece uma alternativa a esses jovens, não apenas orientando-os para afastá-los das drogas, mas incluindo-os diretamente na obra.

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Cartazes também auxiliam na informação e na conscientização do público.

Maico, de 25 anos, e Fernando, de 19, então entre os jovens ajudados pela Ordem Missionária. Os rapazes ganham cerca de 10 reais por dia e alimentação para auxiliar no protesto, cuidando das cruzes e informando os transeuntes a respeito do ato. Moradores de rua, eles trabalhavam no local, lavando carros, quando foram convidados ao projeto pelo Padre Anselmo. Segundo eles, o Protesto das 100 Cruzes teve início na última segunda-feira (25), durará até a sexta-feira da Paixão (29) e deve ser seguido por outras manifestações dentro do mesmo tema.

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Maria Leda (à esquerda) e Sônia Boemer (à direita), que passavam pelo local, foram atraídas pela manifestação silenciosa e prestaram apoio ao protesto.

Sonia Regina Boemer, de 53 anos, que passava pelo local, concordou com o protesto: “A sociedade tem que tomar uma providência. Não existe uma lei que dê apoio a essas famílias.” Maria Leda, 63, também fez coro à Ordem: “A droga é triste demais. Tem filho que pede que a propria mãe o acorrente porque ele tambem já não aguenta mais essa vida. As familias não têm dinheiro pra tratamento. É muito caro.”

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O alcoolismo também é uma das preocupações da Ordem Missionária.

A Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos já teve ajuda do poder público, mas hoje se sustenta por conta própria. Além do trabalho de combate às drogas e conscientização da sociedade, eles também distribuem sopa para moradores de rua em alguns pontos do centro e no próprio bairro Manoel Preto. Na semana que representa a ressureição para os cristãos, a missão dos Mauritanos é ainda mais simbólica. E a esperança é que, das cruzes e da dor a que elas remetem, possa surgir o renascimento de um povo tão sofrido.

Fotos: Baruc Martins; Produção: Allan Jonnes; Edição: Jamile Oliveira; Texto: Daniel Martins.

II Etapa do Campeonato Sergipano de Kart

Na tarde do ultimo sábado, 23, no kartódromo Emerso Fittipaldi, em Aracaju, ocorreu a segunda etapa do Campeonato sergipano de Kart. A competição que esta na sua 43º edição é organizada pela Associação Sergipana de Kart (ASK) e supervisão técnica de um representante da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Os competidores foram divididos em três categorias: Parilha, disputada em 33 voltas; Cadete, 15 voltas; e F4 com 35 voltas.

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O campeão da categoria Parilha foi o acreano de 23 anos, Carlos Henrique, que passou quase toda corrida em segundo lugar. A segunda colocação ficou com o atual campão nacional Rodrigo Vieira, que foi ultrapassado no fim da 30º volta. Já na categoria Cadete, reuniu competidores de 8 a 11 anos. Gustavo Resende, 8 anos, havia ganhado a  bateria não levou o titulo por ter sido desclassificado em função da perda de peso ao longo da corrida. O segundo colocado, Jorge Gama, com 9 anos, herdou a taça e o primeiro lugar no pódio. A  terceira e ultima categoria disputada no dia foi a F4 que teve como campeão Júlio Cesar, 44 anos.

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Para participar das competições oficiais de Kart são necessário alguns critérios, como por exemplo, serem associados entidade estadual filiada à Confederação Brasileira de Automobilismo. Devem ter entre acima de dezoito ou os menores também precisam que os pais tenham vínculo com a ASK. A terceira etapa ainda não tem data definida, mas a expectativa da organização e dos competidores é de que seja em breve. A adrenalina e dos corredores aumentam a cada etapa com a participação de mais adversários e maior presença de público.

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Júlio Cesar, representante do Conselho Fiscal/ASK , conta que a associação surgiu em 1970 com a principal função de desenvolver a prática do kartismo em Sergipe. No inicio, afirma que algo em torno de 14 associados fundaram a associação e organizaram as primeiras competições estadual. Atualmente a ASK possui cerca de 35.associdos. Ainda de acordo com Júlio César, a criação da ASK houve trouxe muitos benefícios que possibilitou alavancar o esporte em Aracaju. Antes, por exemplo, o kartódromo tinha suas instalações apenas se localizava na avenida Maranhão, zona norte da capital. Foi quando em 2005 o governo estadual garantiu mais um espaço na Orla da Atalaia. Isso deu mais visibilidade ao esporte.

Fotografia:  Camila Roberta

Edição: Carlos Alberto  e Whagner Alcântara

Texto: Camila Roberta e  José Leidivaldo

Mangabeira, árvore símbolo de Sergipe, gera lucros

A mangaba é uma fruta de notada relevância para Sergipe, importância tal que se tornou símbolo do estado através do decreto n. 12.723 de Janeiro de 1992. A mangaba cientificamente conhecida (Hancornia speciosa GOMES) é espécie típica da área de Cerrados, dos Tabuleiros Costeiros e Baixa Litorânea. O Boletim Agropecuário da Universidade Federal de Lavras(UFLA) n. 67 – p.1-12, afirma que Sergipe é o maior produtor do fruto do país, e a Barra dos Coqueiros é uma das cidades que conserva essa cultura.

Bela mangabeira na Rodovia SE -100 no trecho que vai da Barra dos Coqueiros até Pirambu

Mangabeira na Rodovia SE -100, no trecho que vai da Barra dos Coqueiros até Pirambu

Em todo litoral sergipano, as populações tradicionais tem no extrativismo uma das suas principais fontes de sobrevivência. A cultura da mangaba é uma das bases econômicas das famílias rurais de maneira que sua atividade tem como protagonista as mulheres. Assim as mulheres ocupam as etapas mais importantes do processo, da coleta dos frutos a sua comercialização, sendo  uma importante ocupação e fonte de renda.

Ramos de mangabeira sadios, preparados para oferecer diversos frutos

Ramos de mangabeira sadios, preparados para oferecer diversos frutos.

A ausência de investimentos no extrativismo da mangaba, o cercamento e a proibição de entrada nas áreas de mangabeira nativa pelos proprietários, a expansão imobiliária que vem ocorrendo no município da Barra dos Coqueiros coloca a atividade sobre o risco de extinção local.

Um fruto de muito relevância para as famílias sergipanas

Um fruto de muito relevância para as famílias sergipanas

A mangabeira é uma planta que apresenta potencialidade para exploração frutífera, cujos frutos apresentam teor de proteína superior a maioria dos frutos tropicais. A principal safra é a de verão que ocorre de dezembro a abril, com aumento da produção sendo que os frutos tem a melhor aparência. A colheita é feita manualmente, colhetando-se os frutos caídos no solo ou colhendo-se diretamente na árvore os frutos “de vez”.

A mangaba apresenta ótimo aroma e sabor, sendo utilizada na produção de doces, xarope, compotas, vinho, vinagres, suco e delicioso sorvete.

A mangaba apresenta ótimo aroma e sabor, sendo utilizada na produção de doces, xarope, compotas, vinho, vinagres, suco e delicioso sorvete.

Seus frutos aromáticos, saborosos e nutritivos, tem ampla aceitação no mercado para consumo in natura, quanto para a indústria. Apenas os frutos apresentam um valor comercial nutritivo significativo, ele é constituído de polpa (77%), casca (11%) e semente (12%), o seu valor energético é de cada 100 g aproximadamente 43 calorias.

Fruta in natura vendida na beira da Rodovia SE -100 Barra dos Coqueiros. Fonte de renda para muitas famílias dessa região.

Fruta in natura vendida na beira da Rodovia SE -100 Barra dos Coqueiros. Fonte de renda para muitas famílias dessa região.

O fruto apresenta um alto rendimento de polpa, por isso sua utilização agroindustrial está sendo rapidamente difundida. O beneficiamento dos frutos gera a confecção de licores, balas, bombons, bolinhos, tortas, xaropes, compotas, vinho, vinagre, suco e sorvete dentre outros. Essa matéria-prima é a mais importante para a indústria de sucos e sorvetes do Nordeste e Centro-Oeste. Segundo dados do Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa 2012, a polpa congelada de mangaba é a mais comercializada em Sergipe.

A comercialização pode alcançar patamares maiores, se houver investimentos que incentiva a produção, como relata o Boletim Agropecuário da UFLA ( Universidade Federal de Lavras) n.67 – p.1-12 “ O mercado consumidor dos produtos processados a partir da polpa da fruta está hoje restrito quase exclusivamente ao Nordeste brasileiro. A abertura de novos mercados está condicionada à produção atual, oriunda do extrativismo, mal atende a demanda do mercado consumidor local”.

Gleiciane, Irlan, Cristiane e Vinicius

Uma carcaça que permanece ancorada há seis anos na Barra dos Coqueiros

Navio Heráclito Dantas continua atracado nas margens do Rio Sergipe atrapalhando a vida de moradores da região.

O imponente H. Dantas

O imponente H. Dantas

“Todos os dias, em meio ao nascer do Sol, nas águas do Rio Sergipe, entre os atracadouros da cidade dos cajus e dos papagaios, surgi imponente o navio fantasma, que insiste em trazer as ilusões de marinheiros do passado.” É assim que podemos descrever, de uma maneira poética a história do surpreendente Navio Heráclito Dantas ou simplesmente H. Dantas. Há aproximadamente seis anos que a carcaça da embarcação do navio continua a fazer parte do cenário do município de Barra dos Coqueiros, situada à 3 km da capital sergipana, Aracaju.

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Ele fica ancorada nas margens do Rio Sergipe na Barra dos Coqueiros

A sucata permanece por lá há 6 anos

A sucata permanece por lá há 6 anos

Mas um local que inicialmente poderia ser um espaço de turismo e lazer, se tornou um pesadelo para os moradores que vivem próximos ao navio. O principal problema enfrentado pela população da Barra dos Coqueiros é que, além não trazer nenhuma influencia turística para o município, ele é reservatório de focos de mosquito da dengue, ninhos para ratos e baratas e insegurança dos moradores que moram próximo ao local onde o navio está ancorado.

O pescador da região destaca que o navio não atrapalha a pesca.

O pescador da região destaca que o navio não atrapalha a pesca.

Segundo a funcionária da Escola Municipal Profª Maria do Céu Sales de Andrade, Jaciara Santos Silva, não existe nenhum benefício para a população que mora próximo ao local. ” Não nos traz benefício algum, muito pelo contrário. Não tem nenhum valor positivo, só negativo, principalmente em relação as crianças que ficam brincando em torno do navio, se arriscando, além dos insetos que vem para as casas das pessoas que moram próximos ao local”, enfatiza a funcionária.

Abaixo-Assinado

Segundo informações de moradores, durante muito tempo, existiu o interesse de que houvesse a saída do navio, sendo realizado inclusive, um abaixo-assinado com essa finalidade, organizado pelo então vereador, da cidade, Alysson Souza do PSD. Segundo o vereador, a vigilância sanitária compareceu ao navio e encontrou, além de proliferação de ratos e insetos, focos de mosquito da dengue. “A situação é de calamidade, os moradores não podem continuar convivendo com isso, além de não trazer nenhum tipo de beneficio, só atrapalha a visibilidade e põe em risco a saúde de todos que moram próximos”, destaca o vereador.

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O vereador Alysson Souza, incentivador do abaixo-assinado.

Além disso, Alysson coloca que em conversa com um dos responsáveis da empresa H. Dantas Construções e Reparos Navais, o navio estaria praticamente vendido, dependendo apenas da liberação do tribunal marítimo, localizado no estado do Rio de Janeiro. O vereador ressalta ainda, que a empresa demitiu vários funcionários que trabalhavam na manutenção do navio, alegando falência e que inclusive vive com problemas de conflitos internos.

Empresa

Estaleiro Santa Cruz, da empresa H. Dantas Construções e Reparos Navais

Estaleiro Santa Cruz, da empresa H. Dantas Construções e Reparos Navais

A nossa equipe compareceu no Estaleiro Santa Cruz, da empresa H. Dantas Construções e Reparos Navais, mas nossa entrada foi impedida. Mas, segundo informações de um funcionários da empresa, que nos atendeu na entrada do Estaleiro, a embarcação graneleira, que veio do Estado do Rio de Janeiro, está desativada e que passaria por uma reforma. Questão que vem se arrastando desde quando ele veio para o cais do município de Barra dos Coqueiros e continua preocupando moradores da região.

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Equipe: Alana Karolina, Leila Dolif, Silas Brito, Caio Rodrigues, Isadora Santos, Miguel Carlos, Roseli Silva.

Reivindicação por moradia ocorre próximo à Praça Fausto Cardoso: Pouco romantismo e muito realismo à beira rio

A máxima expressa nos versos românticos ao afirmar que “a praça é do povo como o céu é do condor”, na manhã desta quarta-feira, 13, teve contornos de verdade.  A emblemática frase do poeta baiano Castro Alves pode ter sido expressa por cerca de 30 manifestantes que se dividiam entre a Praça Fausto Cardoso e as calçadas da Assembleia Legislativa de Sergipe. Os manifestantes gritavam palavras de ordem e mostravam faixas que revelava suas reivindicações: luta por moradia.

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Sob a lente das câmeras da imprensa local homens, mulheres e crianças, buscavam sensibilizar a população de que ali estava apenas uma parte das mais de oitocentas famílias que atualmente ocupam as unidades habitacionais do bairro 17 de Março, Zona Sul de Aracaju. As famílias estão ameaçadas de despejo por uma decisão judicial, tomada em conjunto com a Prefeitura de Aracaju e a Policia Militar.

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De acordo com os manifestantes, o gestor anterior realizou um sorteio público com indícios de vícios, ilegalidades e entregues a “lideres comunitários que apoiava o então prefeito da capital”. Alegam ainda que o auxílio moradia que recebem acerca de quatro anos é insuficiente, e atualmente encontra-se- atrasado. Ainda segundo coordenadores do movimento, o auxílio foi retirado de famílias que moravam em barracos e transferido a pessoas que já possuem casa própria.

Jornada de Lutas

Cristiane de Jesus, uma das coordenadoras do movimento, afirma que está planejada para essa semana uma jornada de lutas que reivindicam politicas públicas de moradia. O primeiro ato foi a ocupação simbólica das galerias da Assembleia Legislativa de Sergipe. Segundo Cristiane, a manifestação busca mostrar aos deputados estaduais a dura luta das reivindicações por moradia em Sergipe, além de denunciar a forma autoritária como está sendo conduzido o processo de despejo.

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“Iniciamos hoje uma agenda de manifestações em vários pontos de Aracaju a fim de mostrar a população que nossa reivindicação está respaldada na Constituição Federal. Não estamos pedindo favor, exigimos os nossos direitos” assegura a jovem militante.

Também estão apoiando as manifestações dos moradores do bairro 17 de Março o Movimentos Sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST),

Negociação

Outras lideranças afirmam que já foi realizada uma reunião com a atual gestão municipal mas os encaminhamentos proposto foram rejeitados. Segundo Rodrigo Conceição a administração municipal informou que a medida emergencial seria deslocar as famílias para um galpão e passarem a ganhar auxilio moradia. As famílias não acataram essa proposta e garantem que não sairão das casas e apartamentos. A data limite imposta pela justiça foi 21 de março. Até lá os manifestantes garantem que resistirão e farão novas manifestações.

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Lutar não é crime

No olhar assustado de cada criança; o grito de protesto e esperança de cada mãe;  a sincronia das palavras de ordem e as frases que ecoavam às margens do Rio Sergipe e a praça Fausto Cardoso expõem as contradições da sociedade. Quando um direito elementar, como moradia, é negado, só a luta e a organização da população podem quebrar as amarras burocráticas. Enquanto o “sol da liberdade em raios fúgidos” assistia do alto o clamor daquelas pessoas; enquanto os guardas da Assembleia Legislativa fiscalizavam se a roupa era adequada para as pessoas ocuparem as galerias da “casa do povo”; enquanto câmeras filmavam e fotografam o melhor ângulo e microfones tentavam captar a melhor frase, a vida e a luta “pede passagem”. Afinal lutar não é crime.

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Texto: José Leidivaldo e Whagner Alcântara

Fotografia: Carlos Alberto Alves Lima e Camilla Roberta

O novo e o velho de uma Aracaju contemporânea

Museu Palácio do Governo

Museu Palácio do Governo

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Palácio da Justiça

Entre traços e linhas. Quadrados, retângulos e círculos, o centro de Aracaju revela o velho e o contemporâneo juntos em uma só harmonia. Harmonia essa que herdamos dos arquitetos italianos no século XX.

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Assembléia Legislativa

Edifício Estado de Sergipe, também conhecido como Maria Feliciana.

Edifício Estado de Sergipe, também conhecido como Maria Feliciana.

A maioria dos prédios que formam a estética do centro da capital aracajuana pertencem ao governo. Entre as curvas desses prédios, compostos por uma arquitetura modernista e diversificada, há arranha-céus que, de um modo único contrastam toda geografia do lugar.

Igreja do Centro

Igreja do Centro

Arquivo Público do Estado

Arquivo Público do Estado

É importante lembrar que mesmo com todas essas diversidades, a capital aracajuana vive um momento em que mostra as suas misturas de uma maneira sublime. Essas diversidades exibidas através do contemporâneo e do antigo, dos modelos renascentistas da época, mostra que Aracaju convive em plena harmonia com essas diferenças. Podemos concluir que mesmo com todas essas diversidades, Aracaju consegue contar sua história de uma maneira sadia e harmoniosa, como nenhuma outra.

A tecnologia e o passado se contrastam.

A tecnologia e o passado se contrastam.

Ministério da Fazenda

Ministério da Fazenda

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Equipe: Alana Karolina, Leila Renata, Caio Rodrigues, Isadora Pinho, Miguel Carlos, Roseli Silva, Silas Brito

Elas comandam: Mulheres que romperam barreiras e quebraram preconceitos

O dia 08 de março é marcado pela alusão ao Dia Internacional da Mulher. A data busca rememorar a memória de operárias nova-yorquinas que foram duramente reprimidas por reivindicar melhores condições de trabalho, em meados do século XIX. No ato, aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas. Somente em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mas nem só de opressões e tragédias marcam a trajetória das mulheres através da História.

Abandonaram as tarefas domésticas, os casamentos arrumados, as anáguas e espartilhos. Mostraram que podem ser mães, e ainda assim atuar em outras áreas. Deixaram de ser o sexo frágil há muito tempo. Podem ser “uma certa Maria” ou ter a ousadia de Pagu. Já não dependem das machistas cantadas, porque são cantadas em verso e prosa. Chico Buarque sugeriu que mirássemos às “Mulheres de Atenas”, a poesia de Lenine tratou “Todas elas juntas num só ser”. Machado de Assis provocou a sociedade com Aurélia; Na televisão, como não lembrar da Helena do novelista Manoel Carlos. Na política desbancaram o conservadorismo: hoje o Brasil tem a frente uma presidente, ou presidenta, se quiserem.

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A maioria delas vivem no anonimato, mas são protagonista de suas vias e sua história. Elaine Cristina Andrade, natural de Aracaju, já está em sua terceira graduação. Hoje faz Ciências da Computação – área hegemônica de homens. Isso já a tornaria diferenciada. Mas foi além: através de concurso público ingressou na Guarda Municipal de Aracaju. Ela não está só dentro da corporação. Em um efetivo de 400 pessoas, elas são 60. Pouco? Talvez sim. Mas a tendência é a proporção aumentar. Dentre essas seis dezenas estão ainda Joseane Silva, Eliene Oliveira e Sabrina Smith.

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Belas, corajosas e competentes, trabalham 42 horas semanais entre serviços administrativos e rondas preventivas ou de captura. De sapatilha ou de salto, vestindo saia ou calça, cabelos presos, maquiagem discreta e sorriso aberto. Elas dão feições novas à carrancuda imagem dos profissionais da segurança pública, civil ou militar. Respeitam as regras, claro. E são respeitadas pelos pares. Afirmam não haver problemas na convivência com os homens. Assédio? Quem ousa. Aí as belas viram feras vorazes.

Reconhecem que a instituição ainda é majoritariamente masculina. Que o regimento tem por base o guarda do sexo masculino. Mas deixam claro, também, que passam pelos mesmos testes e cursos preparatórios que seus parceiros masculinos. Em um momento de descontração deixaram escapar que o desafio agora é ocuparem cargos de chefia, até agora só homens estiveram nesse posto. Guarda Sabrina é hoje coordenadora administrativa da Guarda Municipal de Aracaju. As quatro “meninas” são o retrato da mulher contemporânea: persistentes e livres.

Paulista. Há dez anos em Aracaju. Técnica em Enfermagem. Mãe. Hoje, taxista. Maria Aparecida Camargo vem comprovar que já não é permitido proibir mulheres de trabalhar onde quiser. Cida, como gosta de ser chamada, admite que no Nordeste há mais preconceito com mulheres que ocupam postos de trabalhos diferenciados. Diz que ainda predomina o machismo na sociedade. Segundo Aparecida, o que a fez vencer foi seu caráter e a honestidade como lidava com as pessoas e o zelo pelo seu trabalho. Mas isso não foi fácil. Passou por momentos constrangedores, inclusive com desavenças com colegas de trabalhos homens. Mas coragem é seu sobrenome. Não se intimidou e deu prosseguimento. Toma a Presidente da República, Dilma Roussef, como exemplo de que o horizonte é favorável à participação feminina na sociedade. Impressões dessa paulista com alma nordestina: guerreira.

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Já a jovem Stephanie Ariel, optou por trabalhar com tatuagens. Teve o incentivo e orientação de familiares. Preconceito á algo que passa longe de seu local de trabalho. Ainda que, vez ou outra, algum desavisado estranhe a atuação dela como tatuadora. Traz na pele o que pens da vida, e, por isso mesmo desvincula-se do pensamento conservador da sociedade. Seu talento é deixar na pele aquilo que sente o coração. Em seu estúdio o material e o clima denota o que ela quer da vida: arte, beleza e liberdade

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Não são meros exemplos. São vidas contadas pelo cotidiano. São letras, poesias, romance. Conto. Alguns regados a suor e sangue. Outros menos traumáticos. Nos resta tomar emprestado do cantor Erasmo Carlos as palavras que nos falta para homenagear a vida e a história de todas as mulheres, não apenas nessa data, mas diariamente:

“Mulher! Mulher! Na escola em que você foi ensinada jamais tirei um dez. Sou forte mas não chego aos seus pés…”

Texto: José Leidivaldo

Fotografia: Carlos Alberto Alves Lima

Edição: Camilla Roberta