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CHUVA AUMENTA OS TRANSTORNOS NAS VIAS DE ACESSO DA UFS:

Prolongamento das obras e má estrutura são os principais agravantes

Na manhã desta quinta-feira (04), em São Cristóvão (SE), na região metropolitana de Aracaju, o sol parecia anunciar mais um belo dia, até que, uma chuva que durou cerca de 40 minutos foi o suficiente para deixar as vias quase que intransitáveis. Na UFS, alguns trechos ficaram completamente alagados por falta de drenagem. O que acabou acarretando em transtornos para estudantes, professores e motoristas.

Trechos de difícil passagem

Trechos de difícil passagem

Estudantes e professores à pé, tinham de pular pelas poças d’água, e  meter os pés em lama foi inevitável, outros ainda se arriscavam entre um salto e outro, sem contar em ter que dar uma de equilibrista, passando por cima de entulhos e pequenos barrancos escorregadios, por não haver outra via de acesso. No entanto, para quem estava de carro não foi muito diferente, ter de entrar carro a dentro, em poças gigantes, sem saber ao certo a profundidade, ou se havia algum buraco não visível aos olhos, correndo o risco, ainda, de ficar atolado.

Alguns universitários se sentiram ilhados e constrangidos ao ter que trafegar em meios aos carros, e muitas das vezes, ser banhados inevitavelmente por carros que passavam, por não haver nenhuma via exclusiva para pedestre, mesmo que improvisada durante esse período de reestruturação. Além disso, as únicas vias estão sendo cada vez mais interditadas, sem previsão de voltarem ao seu estado normal, sobrando um espaço mínimo a ser dividido ao tráfego de uma quantidade oscilante de pessoas, em sua maioria estudantes.

Se já está sendo difícil conviver em meio ao barulho, poeira e vias interditadas, que aumenta e dificulta o percurso mesmo em dias ensolarados. Com a chuva e alagação, a situação piora consideravelmente. Está quase impossível de se chegar aos destinos! Muito embora transtornos sejam inevitáveis, o faz e desfaz nas obras, só prolonga ainda mais o caos, e põe longe das vistas a conclusão. 

Obras no caminho

Obras no caminho

Segundo, José Matos, motorista da UFS, já foi feita uma obra para sanar o problema, mas o reparo não foi suficiente. Esse quadro deixa assim, explícito o quão mal planejada está a universidade.      

 

Todo o quadro em questão denota a falta de planejamento da UFS, evidente nos pequenos lagos formados em poucos minutos de chuva, e em consequência, todos sofrem tendo de lidar com o caos que é, agora, o transitar na universidade, situação que tem se tornado rotineira.

Alagamento nas obras

Alagamento nas obras

Regiane Sá, Keizer Santos, Jessica Feitosa, Marília Santos, Laize Letícia e Aline Silva.

Uma pequena chama de Lampião

Virgulino Ferreira da Silva, popular Lampião, o Rei do Cangaço, é uma figura notória da cultura história nordestina. Era tido como herói por dividir com os pobres os produtos que cometia contras os ricos, mas, também, vilão pela crueldade com matava seus inimigos.

Gravuras retratando Lampião, produzidas por Nivaldo Oliveira, artista local

Gravuras retratando Lampião, produzidas por Nivaldo Oliveira, artista local

Espingardas e punhais eram armas das quais fazia uso para cometer os roubos, assassinatos e lutar contra a polícia. Uma mostra se encontra em exposição para os turistas no Museu de Sergipe, localizado na Praça São Francisco, São Cristóvão, no estado onde ele e seu bando tiveram a trajetória interrompida por uma emboscada policial.

Espingardas usadas por Lampião e seu bando

Espingardas usadas por Lampião e seu bando

Punhais da tropa de Lambião

Punhais da tropa de Lampião

Além da parte bélica, existem peculiaridades do cotidiano de Lampião, como bolsas que ele produzia para transportar objetos e um exemplar de uma máquina de costura da qual ele fazia uso nas suas confecções.

Gravuras sobre sertão onde Lampião viveu

Gravuras sobre sertão onde Lampião viveu

Escultura de Lampião

Escultura de Lampião

Esculturas de Lmpião e sua mulher, Maria Bonita

Esculturas de Lampião e sua mulher, Maria Bonita

Bornal confeccionado por Lampião

Bornal confeccionado por Lampião

Máquina de costura usada por Lampião

Máquina de costura usada por Lampião

Cordéis e livros que tratam da história de Rei do Cangaço também compõe o acervo, esculturas de madeira, assim como gravuras feitas por Nivaldo Oliveira, artista de São Cristóvão.

Literatura sobre Lampião

Literatura sobre Lampião

Pauta: Geise Cruz

Produção: Fernando Moreira

Texto: Luzia Nunes

Fotos: Samara Pedral

Orlinha do bairro Industrial: Atrás da ponte, ao lado do rio, no meio do povo

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“Se Aracaju tem a Orlinha do Pôr do Sol, o bairro Industrial tem a do nascer do sol”. Quem afirma é o Guarda Municipal Lima Almeida. O servidor trabalha no local há aproximadamente 8 anos e se sente privilegiado em diariamente acompanhar a rotina matutina de trabalhadores e observar a visita vespertina, periódica ou ocasional, de pessoas que vem se reenergizar com a brisa do Rio Sergipe.
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É hoje um dos cartões postais mais populares da zona norte de capital. Em toda a extensão possui restaurantes, bares quiosques, centro de cultura e arte, parques infantes, quadras de esporte. Não está na rota dos pacotes das empresas de turismo. Não é prioridade nas propagandas oficiais estatais . Passa ao lado das politicas dos governos de plantão. Ainda assim, tem a beleza peculiar e majestosa que a Natureza oferece. Tem um quê de romantismo. Algo de pitoresco. A rebeldia de um lugar que deveria ser marginalizado. A semelhança entre a estrutura física da Orlinha do bairro Industrial, a população de seu entorno e o público que a visita é a miscelânea perfeita do direito sagrado (quem sabe profano?) de se desafiar.
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Quando foi revitalizada em 2004, a Orlinha tinha uma finalidade: criar um espaço de lazer para a população da zona norte de Aracaju. Seria algo como: vamos criar um local domesticado para a população da zona norte não queiram (ou não possam) vir às áreas nobres ocupar o “olimpo” da nobreza aracajuana. Eles não entendem que ZONA NORTE nada tem a ver com ZONA da MORTE. Burocratas que sentem o preconceito mesquinho de que ainda não saiu do casulo da mediocridade.
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“Eu não conheço ainda a Orlinha”, afirma o desavisado.
“Não é local seguro”, desiste o inseguro.
“O que tem de belo lá?”, questiona o incrédulo.
“Prefiro locais mais chiques”, diz a vazia patricinha.
Esse festival de preconceitos não condizem coma realidade e a beleza do local. O casal. A criança. O pequeno cãozinho. Os comerciantes. A professora. Os namorados. Os curiosos. O povo se encontra na orlinha (palavra moderna para se dizer praça). O rio assiste a tudo e a brisa abençoa quem visita a extensão a beira rio.
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Em tempos de capitalismo (selvagem para uns, liberal para outros), a pequena orla gera emprego e renda. A garçonete Ana Cléia comemora. “ Oferecemos música popular brasileira para os frequentadores, comida suculenta e tentamos atender nossos clientes com máxima atenção. Não fazemos distinção se é turista ou morador do bairro. A periferia também pode se divertir”, afirma.
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A professora universitária Maria Isidória é uma entusiasta e assídua frequentadora. “Desde que cheguei a Aracaju para lecionar no Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Sergipe, comecei a procurar locais turísticos. O engraçado é que a Orlinha não constava nem na rota das operadoras de turismo, nem nas inserções de propaganda dos governos. Quando descobrir, passei a frequentar e sempre indico aos meus amigos”, testemunha o professora.
O fim de tarde chega. A noite prepara seu espetáculo. O palco está pronto. O som mavioso do vento é lentamente silenciado pelas caixas de som dos estabelecimentos comerciais. A sombra da ppnte e o brilho das luzes refletem nas águas dor rio. É a Orlinha do bairro Industrial. É gente querendo diversão.
Em tempos de geração X ou Y, tem quem prefira ver a vida pela janela. A janela moderna de um computador. Preso no quarto, vendo “ a banda passar”.
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#partiuorlinha #orlinhasualindameame #sóvaiquemveio
Fotografia e Edição: Carlos Alberto A. Lima 
Texto: Camila Roberta, José Leidivaldo e Whagner Alcântara

Seleção de basquete da UFS em ritmo de desafio

É com muita energia e descontração que a turma do basquete da UFS vem treinar. Duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, a equipe se reúne no Ginásio do Departamento de Educação Física, no Campus de São Cristóvão.

Treino de basquete

Treino de basquete

E entre um salto e lançar de bola está a estudante de Educação Física Gisele Lima, 22 anos. Desde 2010 na seleção universitária, a atleta já participou de diversos campeonatos. A equipe feminina, da qual faz parte é composta por 12 participantes, menor que a masculina. Mas o que falta em número sobra em fôlego, pois as meninas mandam ver na cestinha.

  Gisele Lima, 22 anos, estudante de Educação Física, em ação

Gisele Lima, 22 anos, estudante de Educação Física, em ação

Convidando universitários interessados na prática do basquete, a equipe almeja novos desafios para 2013. A Super Copa Nordeste é o primeiro deles e terá início no dia 14 desse mês.

Pré-treino

Pré-treino

A novidade da vez é que a UFS sediará nesse ano os Jogos das Universidades Federais. Uma oportunidade para os atletas veteranos mostrarem seu talento e um estímulo para aqueles que estão começando.

Cesta!

Cesta!

O estudante do curso de Física, André dos Santos, 18, é um desses iniciantes. Para sair um pouco da rotina e aliviar o estresse foi que André resolveu treinar basquete. E depois de suar a camisa no treino, André diz: “Vou para a aula um pouquinho suado, mas vale a pena!”.

André dos Santos, 18, estudante de Educação Física.

André dos Santos, 18, estudante  de Física.

Assim como o André, Eric Rocha, 19, e João Souza, 19, estudantes de Ciências da Computação começaram nos treinos. Eric já jogou basquete no ensino médio, mas há algum tempo estava sem praticar. Já João, pratica outros esportes como vôlei e natação, para ele o esporte é importante para seu condicionamento físico e sua saúde. À diferença de Eric, João pretende se firmar na seleção e no esporte.

 Eric Rocha, 19, Ciências Sociais

Eric Rocha, 19, Ciências Sociais

Para Gisele, o maior objetivo da prática de esportes é permitir o inter-relacionamento das pessoas, a construção de valores coletivos e do respeito ao próximo. Ela ainda destaca, “Nossa missão é que as pessoas venham aprender”, finaliza.

No garrafão

No garrafão

Os interessados em participar dos treinos podem entrar em contato com a equipe pelo e-mail basquetebolufs@gmail.com, ou comparecer num dos treinos, terças e quintas-feiras às 19hs no Ginásio de Educação Física.

Pauta: Geise Cruz

Reportagem: Samara Pedral

Texto: Fernando Moreira

Fotos: Luzia Nunes

Aracaju recebe o III Festival Sergipano de Teatro

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Peça Nó em Pingo D’água é uma das atrações do festival.

Desde a última quarta-feira (27 de março) até o dia 9 de abril, está em cartaz o III Festival Sergipano de Teatro, com uma variada programação de peças da dramaturgia local. Nossa equipe de reportagem esteve na Praça Fausto Cardoso e acompanhou de perto o espetáculo Dando Nó em Pingo D’água, da companhia teatral “Eitcha!”. A comédia aposta em uma interação maciça com o público, com um humor escrachado e críticas ácidas, aproximando-se da realidade dos espectadores por meio de referências a assuntos atuais, desde a redução da tarifa de energia até os hits da internet “Passinho do volante” e “Nada, nada, nada”. Com atuações de alto nível e riso garantido, a peça atraía a atenção do público do início ao fim, e o número de pessoas no local crescia no decorrer da apresentação.

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Izaque Galvão, representante do Departamento de Artes Cênicas da Secult.

Izaque Galvão, do departamento de artes cênicas da Secult, afirmou que “o governo tem a responsabilidade de solidificar o Festival”. Segundo ele, a iniciativa surgiu do movimento organizado da sociedade através do SATED, do Fórum de Artes Cênicas e do governo, e o principal desafio dessa edição é conseguir patrocinadores. Ele reforçou que não existem mais diferenças entre quem mora no interior e quem mora na capital. Há ainda a deficiência da formação, mas as dificuldades são as mesmas e com a internet tudo está mais próximo, inclusive o incentivo. “Hoje não tem lamentação. Porque se tiver pessoas interessadas, fica ainda mais fácil”. E completou: “O festival é a culminação da produção cultural do ano.”

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Euler Lopes, ator do grupo teatral A Toa Lona, que também participa do evento.

Mas o encontro deste ano, cujo foco é o circo, ainda aponta dificuldades para o teatro sergipano. Euler Lopes, ator, pertencente ao grupo de teatro A Toa Lona, que irá se apresentar no próximo domingo (7) com a peça “O Vômito”, revela que o festival não atingiu plenamente as expectativas: “Este ano é um festival menor. Não tem oficinas, não tem intercâmbio. A classe perde e o público também”. Comenta ainda que “o festival é importante para se conhecer.” Contudo, avalia que existe uma carência de investimento em Sergipe no setor da formação. “Precisa de um pouco mais de profissionalização. Tem bons atores, mas falta a parte técnica”, defende.

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Eloisa Galdino, secretária de estado da cultura de Sergipe.

Outros setores, no entanto, demonstram mais otimismo. Eloisa Galdino, secretária de estado da cultura, reforça que o Festival Sergipano de Teatro marca o movimento das artes cênicas do estado e consolida o trabalho desenvolvido no ano. Segundo ela, o festival dialoga com a democratização do acesso, permitindo que qualquer um acompanhe os espetáculos. Ainda segundo Eloisa, a maior vitória é o evento ser uma política de estado. “O governo Déda pode passar, mas o festival fica”. O grande motivo de não serem feitos mais espaços como esses, acredita, é a escassez de recursos para a cultura. Quanto às políticas públicas voltadas para o interior de Sergipe, a secretária responde: “Avançamos bastante. É um processo natural, mas lento.”

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Eliana Araújo e a sua neta Karen prestigiam o festival pelo segundo ano seguido.

Alheio às dificuldades de produção, o público se diverte com os espetáculos. A enfermeira Eliana Araújo, de 66 anos, levou a neta Karen, de 8, pela segunda vez ao festival. Como no ano anterior, as duas optaram por uma peça de comédia. Para Eliana, a “importância (do festival) é fundamental em termos de cultura,  porque passa esse conhecimento para as crianças”. Ainda segundo a avó, falta incentivo nos colégios públicos e particulares para esse tipo de arte, pois o teatro ainda é muito caro. “Ninguém tem condições de pagar 40, 50 reais (em um ingresso)”, argumenta. Para a pequena Karen, o espetáculo é “legal e interessante” ela viria todo final de semana, se pudesse. “Eu gosto dos atores, da peça. Me faz rir”, revela com um sorriso.

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André Santana, o “Policárpio” da peça Dando Nó em Pingo D’água.

Ed Soares, 30 anos, artista, comenta após o espetáculo que a importância do festival está justamente nessa proximidade com o público. Segundo ela, há alguns problemas com a narrativa: “Às vezes, caem nos estereótipos, fazem movimentos pornográficos (ou que remetem a isso), mas isso é útil para atingir mais as pessoas”. Para outro ator, André Santana, de 34 anos, que interpretou o personagem Policárpio na peça Dando Nó em Pingo D’água, “o festival serve como vitrine, divulgação do espaço”. Ele defende que é preciso mais espaços como esse, mas que o problema não é falta de apoio e sim de produtores eficientes. “Falta capacitação dos produtores culturais. Bons artistas, boas ideias e bons produtos culturais nós temos”, ressalta.

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O festival deste ano se encerra no dia 9 de abril, terça-feira.

Para quem quiser conferir o evento, basta ficar de olho na programação, disponível no site da Secretaria de estado da cultura de Sergipe (http://cultura.se.gov.br/destaques/festival-de-teatro-acontece-de-27-de-marco-a-9-de-abril). A entrada é gratuita e os espetáculos acontecem, em sua maioria, à tarde (às 15 ou 16 horas) e à noite (às 20h), em vários pontos da capital, até a próxima terça-feira, quando as cortinas se fecham. Ao menos, por enquanto. Afinal, se depender do esforço e do talento dos artistas sergipanos, mesmo diante das dificuldades técnicas, o festival seguirá firme pelos próximos anos. E o final, sejam as peças comédias ou tragédias, reservará sempre um sorriso de satisfação. Pois, nas palavras do dramaturgo mais famoso da história, tudo está bem quando termina bem.

Fotos: Allan Jonnes; Produção: Baruc Martins; Edição: Jamile Oliveira; Texto: Daniel Martins.

A História Vista do Alto

Construído no século XIX, antigo farol de Aracaju é um registro da história da cidade.

Antigo farol de Aracaju

Antigo farol de Aracaju

A importância dele pode ser medida pelo nome do bairro que surgiu ao seu redor: a Farolândia. Localizado na zona sul de Aracaju, o antigo farol, sobrevive em meio a modernas construções com as quais disputa atenção.

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Passado e presente dividem espaço no bairro Farolândia

Construído em 1888 para orientar as embarcações que chegavam à foz do rio Sergipe, o antigo farol foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Sergipe em 1995 e se tornou um ponto turístico de Aracaju.

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Após ser desativado, o farol virou ponto turístico da nossa cidade

Mas a história desse monumento, de mais de 30 metros de altura, é marcada por altos e baixos. Por causa do crescimento de construções urbanas ao seu redor e de sua distância até a costa litorânea, o antigo farol teve que ser desativado após a construção de outro, no bairro Coroa do Meio.

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Sinalização colocada após a restauração em 2008

Com a desativação, em 1991, o lugar passou por um processo de declínio e marginalização, marcado pelo incêndio que atingiu o farol em 1999.

30 metros de altura e de muita história

30 metros de altura e de muita história

A restauração só foi iniciada em 2008 e, com isso, o monumento do final do século XIX foi recuperado e parte da história de Aracaju preservada.

 

Pauta: Luciana Nascimento

Fotografia: Francielle Couto, Leonardo Vasconcelos e Luciana Nascimento

Edição: Érika Rodrigues

 

Um mergulho pelas águas do Oceanário

Oceanário de Aracaju abriga diversidade de animais marinhos

Oceanário de Aracaju abriga diversidade de animais marinhos

Arraias, estrelas do mar, moreias, tartarugas marinhas, tubarões… Essas são algumas das 70 espécies de animais marinhos existentes no Oceanário de Aracaju, localizado na Orla da Atalaia e mantido pela Fundação Pró-Tamar desde sua inauguração em 2002. Além de ser mais um atrativo turístico da cidade, o oceanário tem um papel muito importante para o meio ambiente.

Estrelas do mar podem ser encontradas em tanque próximo aos aquários

Estrelas-do-mar podem ser encontradas em tanque próximo aos aquários

Segundo Jaqueline Ferreira, estagiaria do Projeto Tamar, os animais que chegam ao oceanário são nativos da costa sergipana e de toda costa brasileira. Relata que alguns chegam debilitados e precisam ser encaminhados ao quaternário, local onde somente funcionários tem acesso devido ao tratamento que os animais precisam receber.

Tartarugas marinhas são as mais prejudicas pelas redes de pesca

Tartarugas marinhas são as mais prejudicas pelas redes de pesca

“Muitos chegam até nós bastante machucados por terem ficado presos em redes de pesca, pois muitos pescadores preferem machucar o animal a perder a rede” afirma Jaqueline. Segundo ela, os animais que conseguem se recuperar são devolvidos ao seu habitat natural, os que não conseguem permanecem no oceanário ou, em último caso, quando não existe nenhum tipo de melhora, são sacrificados.

Tratador alimentando os tubarões. Evento é o mais esperado do dia

Tratador alimentando os tubarões. Evento é o mais esperado do dia

As espécies que lá permanecem são expostas em 18 aquários (cinco de água doce e treze de água salgada) e em 4 tanques. Os visitantes têm a oportunidade de se aproximar dos animais e até mesmo tocar, sempre com orientação de um monitor, principalmente no auxilio da alimentação dos tubarões. A alimentação ocorre uma vez por dia, durante o período da manhã para os aquários e pela tarde nos tanques.

Pai e filha observando o tanque dos tubarões lixa

Pai e filha observando o tanque dos tubarões lixa

O oceanário fica aberto de terça a domingo, inclusive nos feriados, das 9 às 21h. O valor da entrada para adultos é de R$ 12, para estudantes, crianças acima de 1m e idosos acima dos 60 anos o valor é de R$6 e para portadores de necessidades especiais e crianças abaixo de 1m a entrada é gratuita.

Texto: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues

Fotografias: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues

Edição: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues

Protesto das 100 Cruzes denuncia a morte de jovens pelo narcotráfico na capital sergipana

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Desde segunda, as cruzes de madeira estão expostas na Praça Fausto Cardoso.

A Praça Fausto Cardoso, no centro da cidade de Aracaju, foi tomada por dezenas de cruzes brancas, feitas de madeira e material reciclável. O ato tem origens na religião, mas não é uma referência às comemorações da Páscoa. Representando o assustador índice de jovens assassinados pelo narcotráfico na capital, o chamado Protesto das 100 Cruzes é uma denúncia silenciosa da omissão das autoridades na luta contra as drogas.

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Protesto da Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos visa alertar a população e as autoridades para o problema das drogas.

O protesto foi idealizado e organizado pela Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos, uma associação de clérigos e leigos (que inclui advogados, médicos e psicólogos), fundada em 2002 em sediada no bairro Manoel Preto, que desenvolve um trabalho de redução de danos com usuários de drogas. A obra tem como objetivos chamar a atenção da sociedade contra o tráfico de drogas e intervir junto aos usuários no sentido de informá-los, auxiliá-los em tratamentos e tirar documentação daqueles que vivem nas ruas.

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Há mais de dez anos, a obra trabalha no apoio a usuários e moradores de rua.

Segundo o Padre Missionário Anselmo, um dos organizadores do protesto, “cerca de 28 jovens se prosituem entre as praças da catedral metropolitana e a praça Fausto Cardoso. Os meninos cobram cerca de 30 reais para fazer os programas e desse modo conseguem dinheiro para o consumo de drogas”. A Ordem oferece uma alternativa a esses jovens, não apenas orientando-os para afastá-los das drogas, mas incluindo-os diretamente na obra.

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Cartazes também auxiliam na informação e na conscientização do público.

Maico, de 25 anos, e Fernando, de 19, então entre os jovens ajudados pela Ordem Missionária. Os rapazes ganham cerca de 10 reais por dia e alimentação para auxiliar no protesto, cuidando das cruzes e informando os transeuntes a respeito do ato. Moradores de rua, eles trabalhavam no local, lavando carros, quando foram convidados ao projeto pelo Padre Anselmo. Segundo eles, o Protesto das 100 Cruzes teve início na última segunda-feira (25), durará até a sexta-feira da Paixão (29) e deve ser seguido por outras manifestações dentro do mesmo tema.

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Maria Leda (à esquerda) e Sônia Boemer (à direita), que passavam pelo local, foram atraídas pela manifestação silenciosa e prestaram apoio ao protesto.

Sonia Regina Boemer, de 53 anos, que passava pelo local, concordou com o protesto: “A sociedade tem que tomar uma providência. Não existe uma lei que dê apoio a essas famílias.” Maria Leda, 63, também fez coro à Ordem: “A droga é triste demais. Tem filho que pede que a propria mãe o acorrente porque ele tambem já não aguenta mais essa vida. As familias não têm dinheiro pra tratamento. É muito caro.”

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O alcoolismo também é uma das preocupações da Ordem Missionária.

A Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos já teve ajuda do poder público, mas hoje se sustenta por conta própria. Além do trabalho de combate às drogas e conscientização da sociedade, eles também distribuem sopa para moradores de rua em alguns pontos do centro e no próprio bairro Manoel Preto. Na semana que representa a ressureição para os cristãos, a missão dos Mauritanos é ainda mais simbólica. E a esperança é que, das cruzes e da dor a que elas remetem, possa surgir o renascimento de um povo tão sofrido.

Fotos: Baruc Martins; Produção: Allan Jonnes; Edição: Jamile Oliveira; Texto: Daniel Martins.

Pescados em alta, higiene em baixa

Consumidores e vendedores reclamam das condições de higiene e de problemas de infra-estrutura do mercado central de Aracaju.

O vai-e-vem de gente no Mercado Central de Aracaju

Na manhã desta quarta-feira (27), o movimento no setor de pescados e mariscos no mercado central de Aracaju era intenso. Com a proximidade da sexta-feira da paixão a expectativa é que a procura pelos pescados seja ainda maior.

Para não quebrar a tradição as pessoas se apressam, mas nem sempre se dão conta das condições de higiene do lugar. Para o vendedor Ismael Santos Soares, de 28 anos, o principal problema é o esgoto que atravessa a parte interna do mercado.  Segundo ele, a tubulação deveria passar por debaixo das bancas, o que evitaria a formação de poças d’água nos corredores.

No chão a sujeira se mistura com a água que escorre das bancas

Mas não precisa nem olhar para o chão para constatar as precárias condições de higiene. O problema também está explícito nas próprias bancas onde os pescados são comercializados.

Mais um exemplo da falta de higiene no setor de pescados e mariscos

O agente de fiscalização Cosme Bispo, de 46 anos, explica que o mercado é fechado a cada duas semanas para a higienização do espaço. Mas afirma que esse processo precisa da colaboração de todos, inclusive dos próprios vendedores, que são os principais responsáveis por manter as bancas limpas. A vendedora Valdiclea Ribeiro, 32 anos, é a favor da iniciativa. Segundo ela, o fechamento do mercado às segundas-feiras para a limpeza não tem atrapalhado as vendas.

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Vendedora destaca a importância da higienização para a saúde dos vendedores e consumidores

Mas para alguns compradores o principal problema é outro: a falta de infra-estrutura. As bancas são muito próximas e o vai-e-vem de gente deixa os corredores, já pequenos, ainda mais estreitos. Em dias de muito movimento, como costuma ser na semana santa, fica difícil procurar a melhor opção no meio do aperto: ”Falta de higiene existe em todo lugar e quando existe é porque há falta de cuidado. O principal problema aqui no Mercado Municipal é a falta de infra-estrutura”, revela o jornalista Álvaro Castro.

Pouco espaço para muita gente

Texto: Leonardo Vasconcelos
Fotografia: Francielle Couto St e Leonardo Vasconcelos
Pauta: Érika Rodrigues
Edição: Francielle Couto e Luciana Nascimento

Educação no trânsito é tema para conscientização entre jovens

No sinal vermelho, motoristas devem parar antes da linha de retenção

No sinal vermelho, motoristas devem parar antes da linha de retenção

Na manhã desta quarta-feira, 27, alunos de três escolas do município de Aracaju assistiram a uma palestra e uma apresentação teatral promovidas pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito, SMTT. Os eventos fazem parte da I Semana Municipal de Trânsito, que tem como tema “A juventude pode mudar a nossa história”.

Artistas interagem com alunos da plateia

Artistas interagem com alunos da plateia

A necessidade de investir na conscientização de crianças, adolescentes e jovens surgiu do alto índice de acidentes envolvendo pessoas nessa faixa etária. De acordo com a coordenadora de educação para o trânsito da SMTT, Mônica Liberato, “o maior número de vítimas possui entre 19 e 30 anos de idade. Orientando as crianças de hoje teremos jovens mais conscientes no futuro”, explica.

Mônica Liberato, Coordenadora de Educação para o Trânsito da SMTT

Mônica Liberato, Coordenadora de Educação para o Trânsito da SMTT

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito, Denatran, cerca de 42 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de acidentes nas estradas brasileiras. Por isso, o Brasil fez um pacto com a Organização das Nações Unidas para reduzir em 50% o número de mortes no trânsito até 2020.

Grupo de teatro simula uso de veículo no trânsito

Grupo de teatro simula uso de veículo no trânsito

Em Aracaju, não é difícil encontrar pessoas que não respeitam as leis de tráfego. Motoristas ignoram os sinais, ciclistas não utilizam as ciclovias e pedestres atravessam as ruas fora das faixas, dentre outras irregularidades cometidas. Essas infrações tornam-se mais constantes próximos a faculdades e universidades, onde a pressa e a desatenção acompanham muitos estudantes.

Parte dos universitários atravessa fora da faixa de pedestres, localizada a poucos metros

Parte dos universitários atravessa fora da faixa de pedestres, localizada a poucos metros

As ações educativas seguem até a quinta-feira, 28, envolvendo principalmente alunos de faculdades da capital e crianças em idade escolar. A iniciativa tem o apoio do professor de educação física, Admilson da Silva Oliveira. “É uma obrigação dos adultos ensinar às crianças como se comportar nas ruas”, afirma. E é delas que surge a esperança de mais educação e sabedoria nas estradas. “Quando crescer eu quero ser guarda de trânsito”, sonha o pequeno Lucas, de 11 anos.

Lucas quer ser guarda de trânsito

Lucas quer ser guarda de trânsito

Texto: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues

Edição: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues

Fotografia: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues