Arquivo do mês: abril 2013

Campus Rural: A UFS desconhecida

O Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, localizado em São Cristóvão, foi criado criado no final da década de 90, a partir da necessidade de criar novas áreas de pesquisas para os cursos da área de ciências agrárias. A ideia da extensão do campus foi privilegiar as aulas práticas e experimentais dos cursos.

Placa de inauguração do Campus

Placa de inauguração do Campus

Em quase uma década e meia de existência o local sofre com a falta de investimento em estrutura física e laboratorial. Hoje o espaço abriga estudantes dos cursos de Zootecnia, Eng. Agronômica, Eng. Agrícola, Eng. Ambiental, Medicina Veterinária  Eng. Florestal, Eng. de Pesca.

Estudantes fazendo experiências

Estudantes fazendo experiências

Lá existe apenas um pequeno galpão que serve como acomodação para os servidores, estudantes, professores, além de servir como almoxarifado de equipamentos e agrotóxicos.

Adubo quìmico

Adubo 

químico

Agrotóxico

Agrotóxico

Para os estudantes  do curso de Zootecnia, o local é de suma importância para o desenvolvimento e aprendizado, já que o curso é basicamente prático. Mas a realidade do espaço é totalmente diferente do proposto. Alguns chegam a ser reprovados pelas deficiências apresentadas e a dificuldade de deslocamento até o campus.

Estudantes em aula

Estudantes em aula

De acordo com o Professor e Eng. Agrícola Thiago Lima, o local hoje não apresenta nenhum tipo de estrutura física para as práticas. Segundo ele, ainda que existam equipamentos para viabilizar as aulas, não existe local para acomoda-los, e alerta para a deteriorização desses materiais com a ação do clima e do tempo.

Professor Thiago Lima, reclama da deficiência do local

Professor Thiago Lima, reclama da deficiência do local

” Hoje tudo que se encontra aqui foi obra de muito esforço nosso, se não corrermos atrás de melhorias, elas nunca vão chegar sozinhas. É triste ver todo esse trabalho ser perdido sem poder fazer nada. Esperamos que a administração da UFS possa se sensibilizar e investir nesse Campus”, destaca o professor.

Camilla Roberta, Carlos Alberto, José Leidivaldo, Whagner Alcântara

Povoado Lagoa da Volta, situado em Porto da Folha, sofre com a estiagem

Sem água, terra seca

Sem água, terra seca

Além dos animais, os sertanejos lutam para conseguir sobreviver nessa situação difícil.

A maior seca que já se viu nos últimos 50 anos está trazendo tristeza e preocupação para os moradores de mais de 24 cidades do interior do estado de Sergipe. A situação é vista como desoladora em alguns setores da agricultura e pecuária, que caíram bastante com esse grande período de estiagem. Mas nem só o gado e as plantações sofrem com essa problemática, o homem também tem dificuldades na procura por água, encontrando rios completamente secos.

Trabalhando para o sustento da família

Trabalhando para o sustento da família

O grande período de seca que atinge o interior do estado há mais de 8 meses, castiga a população, os animais e todos que dependem do bem mais precioso para a nossa sobrevivência: a água. A produção do Blog Fotografia UFS percorreu desta vez, o povoado Lagoa da Volta, situado no município de Porto da Folha, exibindo a situação do nordestino, em frente essa situação preocupante.

Por falta de chuva, ver-se pedras  no lugar de agua.

Por falta de chuva, ver-se pedras no lugar de agua.

Percorrendo o povoado e suas imediações podemos perceber como a situação é triste para a população que vive nesse local. O que podemos ver é o gado magro, em consequência das pastagens secas e sem vida, impossibilitando que o animal possa se alimentar. O problema fica nesse caso para os donos dos bichos, que em meio ao sofrimento e fome tem que comprar comida ou alimentá-los com mandacaru. As barragens e poços artesianos possuem pouca ou causa nenhuma água e aqueles que necessitam de mais, tem que comprar para beber e dar aos animais.

Pouco alimento, pouca água, sofrimento para os animais.

Pouco alimento, pouca água, sofrimento para os animais.

Sertanejos

Jandson carregando palmas no Jegue

Jandson carregando palmas no Jegue

O agricultor Jandson Lima, de 32 anos, está preocupado com essa situação que não para. Ele, que mora no povoado à 22 anos, diz que a situação está cada vez mais difícil, principalmente por conta da alimentação do gado e a pouca água para beber. “Esta seca foi a maior que eu já vi por aqui. Há pelo menos 90 dias deu uma trovoada, mas mesmo assim não adiantou muita coisa, logo o poço secou. O que a gente planta agora só para o consumo próprio, não dá nem para vender”, contou o agricultor.

Ainda segundo Jandson, ele não recebe nenhum outro benefício do Governo Federal, além do Bolsa Família. “O único benefício que eu recebo é o Bolsa Família, tem o Bolsa Agricultor, mas por aqui não chegou nada. Acho que deveria ter um recurso a mais para ajudar a gente pelo menos na produção para a venda“, lamenta o sertanejo.

Sr. Dé

Dona Maria dos Prazeres

Dona Maria dos Prazeres

 

Já a aposentada, Maria dos Prazeres, a situação é difícil também para quem tem que pagar caro pelo pouco de água que recebe. “Aqui em casa tem água encanada, o problema é que nós pagamos caro demais. Mesmo economizando, vem R$60,00, R$90,00 de conta e eu não sei porque vem tão cara assim, acho que é por conta da distância daqui onde a gente mora para o povoado, mas mesmo assim é muito cara. A minha sorte é a minha aposentadoria”, reclama a aposentada.

FamíliaA família da dona de casa Ana Paula, reclama pela queda da produção de leite e o preço alto da ração que é preciso dar ao gado. “Depois desta estiagem que deu a situação ficou bastante difícil. Nós agora temos que comprar ração para o gado e tentar sustentar a produção de leite, mas mesmo assim é muito difícil conseguir a mesma produção quando não estavamos nessa situação”, destaca dona Ana Paula.

Medidas emergenciais

O estado de Sergipe está com mais de 24 cidades oficialmente em situação de emergência. Com o objetivo de tentar minimizar a situação, o Governo de Sergipe, juntamente com a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) e a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), estão tomando medidas administrativas para ter maior visão do problema. Estão sendo realizados reuniões, com gestores de 37 municípios que foram beneficiados com projetos de injeção da agrícola, limpeza de barragens e distribuição de sementes para os agricultores

Equipe: Alana Karolina Gois, Caio Rodrigues, Leila Dolif, Isadora Santos, Miguel Carlos, Roseli Silva, Silas Brito

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CHUVA AUMENTA OS TRANSTORNOS NAS VIAS DE ACESSO DA UFS:

Prolongamento das obras e má estrutura são os principais agravantes

Na manhã desta quinta-feira (04), em São Cristóvão (SE), na região metropolitana de Aracaju, o sol parecia anunciar mais um belo dia, até que, uma chuva que durou cerca de 40 minutos foi o suficiente para deixar as vias quase que intransitáveis. Na UFS, alguns trechos ficaram completamente alagados por falta de drenagem. O que acabou acarretando em transtornos para estudantes, professores e motoristas.

Trechos de difícil passagem

Trechos de difícil passagem

Estudantes e professores à pé, tinham de pular pelas poças d’água, e  meter os pés em lama foi inevitável, outros ainda se arriscavam entre um salto e outro, sem contar em ter que dar uma de equilibrista, passando por cima de entulhos e pequenos barrancos escorregadios, por não haver outra via de acesso. No entanto, para quem estava de carro não foi muito diferente, ter de entrar carro a dentro, em poças gigantes, sem saber ao certo a profundidade, ou se havia algum buraco não visível aos olhos, correndo o risco, ainda, de ficar atolado.

Alguns universitários se sentiram ilhados e constrangidos ao ter que trafegar em meios aos carros, e muitas das vezes, ser banhados inevitavelmente por carros que passavam, por não haver nenhuma via exclusiva para pedestre, mesmo que improvisada durante esse período de reestruturação. Além disso, as únicas vias estão sendo cada vez mais interditadas, sem previsão de voltarem ao seu estado normal, sobrando um espaço mínimo a ser dividido ao tráfego de uma quantidade oscilante de pessoas, em sua maioria estudantes.

Se já está sendo difícil conviver em meio ao barulho, poeira e vias interditadas, que aumenta e dificulta o percurso mesmo em dias ensolarados. Com a chuva e alagação, a situação piora consideravelmente. Está quase impossível de se chegar aos destinos! Muito embora transtornos sejam inevitáveis, o faz e desfaz nas obras, só prolonga ainda mais o caos, e põe longe das vistas a conclusão. 

Obras no caminho

Obras no caminho

Segundo, José Matos, motorista da UFS, já foi feita uma obra para sanar o problema, mas o reparo não foi suficiente. Esse quadro deixa assim, explícito o quão mal planejada está a universidade.      

 

Todo o quadro em questão denota a falta de planejamento da UFS, evidente nos pequenos lagos formados em poucos minutos de chuva, e em consequência, todos sofrem tendo de lidar com o caos que é, agora, o transitar na universidade, situação que tem se tornado rotineira.

Alagamento nas obras

Alagamento nas obras

Regiane Sá, Keizer Santos, Jessica Feitosa, Marília Santos, Laize Letícia e Aline Silva.

Uma pequena chama de Lampião

Virgulino Ferreira da Silva, popular Lampião, o Rei do Cangaço, é uma figura notória da cultura história nordestina. Era tido como herói por dividir com os pobres os produtos que cometia contras os ricos, mas, também, vilão pela crueldade com matava seus inimigos.

Gravuras retratando Lampião, produzidas por Nivaldo Oliveira, artista local

Gravuras retratando Lampião, produzidas por Nivaldo Oliveira, artista local

Espingardas e punhais eram armas das quais fazia uso para cometer os roubos, assassinatos e lutar contra a polícia. Uma mostra se encontra em exposição para os turistas no Museu de Sergipe, localizado na Praça São Francisco, São Cristóvão, no estado onde ele e seu bando tiveram a trajetória interrompida por uma emboscada policial.

Espingardas usadas por Lampião e seu bando

Espingardas usadas por Lampião e seu bando

Punhais da tropa de Lambião

Punhais da tropa de Lampião

Além da parte bélica, existem peculiaridades do cotidiano de Lampião, como bolsas que ele produzia para transportar objetos e um exemplar de uma máquina de costura da qual ele fazia uso nas suas confecções.

Gravuras sobre sertão onde Lampião viveu

Gravuras sobre sertão onde Lampião viveu

Escultura de Lampião

Escultura de Lampião

Esculturas de Lmpião e sua mulher, Maria Bonita

Esculturas de Lampião e sua mulher, Maria Bonita

Bornal confeccionado por Lampião

Bornal confeccionado por Lampião

Máquina de costura usada por Lampião

Máquina de costura usada por Lampião

Cordéis e livros que tratam da história de Rei do Cangaço também compõe o acervo, esculturas de madeira, assim como gravuras feitas por Nivaldo Oliveira, artista de São Cristóvão.

Literatura sobre Lampião

Literatura sobre Lampião

Pauta: Geise Cruz

Produção: Fernando Moreira

Texto: Luzia Nunes

Fotos: Samara Pedral

Orlinha do bairro Industrial: Atrás da ponte, ao lado do rio, no meio do povo

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“Se Aracaju tem a Orlinha do Pôr do Sol, o bairro Industrial tem a do nascer do sol”. Quem afirma é o Guarda Municipal Lima Almeida. O servidor trabalha no local há aproximadamente 8 anos e se sente privilegiado em diariamente acompanhar a rotina matutina de trabalhadores e observar a visita vespertina, periódica ou ocasional, de pessoas que vem se reenergizar com a brisa do Rio Sergipe.
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É hoje um dos cartões postais mais populares da zona norte de capital. Em toda a extensão possui restaurantes, bares quiosques, centro de cultura e arte, parques infantes, quadras de esporte. Não está na rota dos pacotes das empresas de turismo. Não é prioridade nas propagandas oficiais estatais . Passa ao lado das politicas dos governos de plantão. Ainda assim, tem a beleza peculiar e majestosa que a Natureza oferece. Tem um quê de romantismo. Algo de pitoresco. A rebeldia de um lugar que deveria ser marginalizado. A semelhança entre a estrutura física da Orlinha do bairro Industrial, a população de seu entorno e o público que a visita é a miscelânea perfeita do direito sagrado (quem sabe profano?) de se desafiar.
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Quando foi revitalizada em 2004, a Orlinha tinha uma finalidade: criar um espaço de lazer para a população da zona norte de Aracaju. Seria algo como: vamos criar um local domesticado para a população da zona norte não queiram (ou não possam) vir às áreas nobres ocupar o “olimpo” da nobreza aracajuana. Eles não entendem que ZONA NORTE nada tem a ver com ZONA da MORTE. Burocratas que sentem o preconceito mesquinho de que ainda não saiu do casulo da mediocridade.
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“Eu não conheço ainda a Orlinha”, afirma o desavisado.
“Não é local seguro”, desiste o inseguro.
“O que tem de belo lá?”, questiona o incrédulo.
“Prefiro locais mais chiques”, diz a vazia patricinha.
Esse festival de preconceitos não condizem coma realidade e a beleza do local. O casal. A criança. O pequeno cãozinho. Os comerciantes. A professora. Os namorados. Os curiosos. O povo se encontra na orlinha (palavra moderna para se dizer praça). O rio assiste a tudo e a brisa abençoa quem visita a extensão a beira rio.
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Em tempos de capitalismo (selvagem para uns, liberal para outros), a pequena orla gera emprego e renda. A garçonete Ana Cléia comemora. “ Oferecemos música popular brasileira para os frequentadores, comida suculenta e tentamos atender nossos clientes com máxima atenção. Não fazemos distinção se é turista ou morador do bairro. A periferia também pode se divertir”, afirma.
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A professora universitária Maria Isidória é uma entusiasta e assídua frequentadora. “Desde que cheguei a Aracaju para lecionar no Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Sergipe, comecei a procurar locais turísticos. O engraçado é que a Orlinha não constava nem na rota das operadoras de turismo, nem nas inserções de propaganda dos governos. Quando descobrir, passei a frequentar e sempre indico aos meus amigos”, testemunha o professora.
O fim de tarde chega. A noite prepara seu espetáculo. O palco está pronto. O som mavioso do vento é lentamente silenciado pelas caixas de som dos estabelecimentos comerciais. A sombra da ppnte e o brilho das luzes refletem nas águas dor rio. É a Orlinha do bairro Industrial. É gente querendo diversão.
Em tempos de geração X ou Y, tem quem prefira ver a vida pela janela. A janela moderna de um computador. Preso no quarto, vendo “ a banda passar”.
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#partiuorlinha #orlinhasualindameame #sóvaiquemveio
Fotografia e Edição: Carlos Alberto A. Lima 
Texto: Camila Roberta, José Leidivaldo e Whagner Alcântara

Seleção de basquete da UFS em ritmo de desafio

É com muita energia e descontração que a turma do basquete da UFS vem treinar. Duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, a equipe se reúne no Ginásio do Departamento de Educação Física, no Campus de São Cristóvão.

Treino de basquete

Treino de basquete

E entre um salto e lançar de bola está a estudante de Educação Física Gisele Lima, 22 anos. Desde 2010 na seleção universitária, a atleta já participou de diversos campeonatos. A equipe feminina, da qual faz parte é composta por 12 participantes, menor que a masculina. Mas o que falta em número sobra em fôlego, pois as meninas mandam ver na cestinha.

  Gisele Lima, 22 anos, estudante de Educação Física, em ação

Gisele Lima, 22 anos, estudante de Educação Física, em ação

Convidando universitários interessados na prática do basquete, a equipe almeja novos desafios para 2013. A Super Copa Nordeste é o primeiro deles e terá início no dia 14 desse mês.

Pré-treino

Pré-treino

A novidade da vez é que a UFS sediará nesse ano os Jogos das Universidades Federais. Uma oportunidade para os atletas veteranos mostrarem seu talento e um estímulo para aqueles que estão começando.

Cesta!

Cesta!

O estudante do curso de Física, André dos Santos, 18, é um desses iniciantes. Para sair um pouco da rotina e aliviar o estresse foi que André resolveu treinar basquete. E depois de suar a camisa no treino, André diz: “Vou para a aula um pouquinho suado, mas vale a pena!”.

André dos Santos, 18, estudante de Educação Física.

André dos Santos, 18, estudante  de Física.

Assim como o André, Eric Rocha, 19, e João Souza, 19, estudantes de Ciências da Computação começaram nos treinos. Eric já jogou basquete no ensino médio, mas há algum tempo estava sem praticar. Já João, pratica outros esportes como vôlei e natação, para ele o esporte é importante para seu condicionamento físico e sua saúde. À diferença de Eric, João pretende se firmar na seleção e no esporte.

 Eric Rocha, 19, Ciências Sociais

Eric Rocha, 19, Ciências Sociais

Para Gisele, o maior objetivo da prática de esportes é permitir o inter-relacionamento das pessoas, a construção de valores coletivos e do respeito ao próximo. Ela ainda destaca, “Nossa missão é que as pessoas venham aprender”, finaliza.

No garrafão

No garrafão

Os interessados em participar dos treinos podem entrar em contato com a equipe pelo e-mail basquetebolufs@gmail.com, ou comparecer num dos treinos, terças e quintas-feiras às 19hs no Ginásio de Educação Física.

Pauta: Geise Cruz

Reportagem: Samara Pedral

Texto: Fernando Moreira

Fotos: Luzia Nunes

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História de pescador

Quinta-feira é dia de trabalho. Quinta-feira a tarde não é tempo de descanso. Para a maioria talvez seja de fato, mas para os amigos Wagner Batista, Maycon Batista e Carlos Roberto a tarde de quinta, 04/04, foi tempo de lazer à beira do rio Sergipe, mais especificamente no píer do Parque dos Cajueiros. Varas, molinetes, linhas e iscas são tudo que esses amigos precisam para fugir da rotina estressante.

Fugindo da rotina estressante.

Fugindo da rotina estressante

O equipamento necessário para o hobby

O equipamento necessário para o hobby

Há poucos meses Maycon foi incentivado por amigos a pescar. Com a decisão tomada acabou arrastando seu irmão Wagner para a prática também. Ambos dizem não se arrepender. A atividade de fato ajuda a relaxar.

Amigos pescam no fim da tarde

Amigos pescam no fim da tarde

Colocando a isca no anzol

Colocando a isca no anzol

Carlos Roberto endossa o coro. Mais experiente, praticante há cerca de 2 anos, Carlos conta que o objetivo da atividade é mesmo o lazer. Embora já tenha participado de competição, a pesca nunca foi encarada como obrigação ou dever. O funcionário público costuma pescar de duas a três vezes por semana. E em uma dessas pescarias, Carlos conta, cheio de satisfação, ter conseguido levar para casa uma arraia de 14kg. Disse ainda ter abrigado os filhotes do peixe, que depois de algum tempo foram devolvidos ao mar.

De uma arraia de 14Kg a um siri de 500g

De uma arraia de 14Kg a um siri de 500g

"Quando pesco, esqueço os problemas", contou Carlos Roberto

“Quando pesco, esqueço os problemas”, contou Carlos Roberto

A quinta-feira não foi de pesca somente para os três amigos. Em outro ponto da cidade, mais precisamente na Coroa do Meio, José Ângelo, de 53 anos, lança sua linha. Com duas varas firmadas na areia, ele conta que atividade não passa de um hobby.

José Ângelo pescando na Coroa do Meio

José Ângelo pescando na Coroa do Meio

Varas presas, esperando a fisgada

Varas presas, esperando a fisgada

As pedras da Coroa do Meio também é a área preferida de Maria Lúcia para a prática. Na verdade, o local é praticamente uma extensão de sua residência. Morando em frente ao mar, ela revela que seria impossível não aproveitar-se da situação. Influenciada pelo marido, a pesca funciona hoje como uma terapia para a garçonete e dona do próprio negócio. “Já se vão 15 anos nessa brincadeira” conta a baiana que reside na capital sergipana há 25 anos.

Experiente, Maria Lúcia pesca há 15 anos.

Experiente, Maria Lúcia pesca há 15 anos.

A recompensa, apesar da maré baixa

A recompensa, apesar da maré baixa

Para aqueles que desejam virar pescador amador, uma rápida pesquisa entre os praticantes mostra que a atividade não é cara. Os interessados em ter equipamentos um pouco melhores e buscarem desafios maiores, cerca de 350 reais devem ser desembolsados para a compra de linha, vara e molinete mais sofisticados.

Um bom arremesso é fundamental

Um bom arremesso é fundamental

Seja acompanhado pelos amigos, em encontro regrado a bebidas e tira-gosto, ou em um momento íntimo de reflexão próximo a natureza,a pescaria é uma atividade que faz parte da vida do ser humano.

Pescaria ou contemplação?

Pescaria ou contemplação?

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heskey® é composto por Gustavo Monteiro, Marcel Andrade, Pedro Henrique Ferreira, Saullo d’Anunciação e Victor França.

Aracaju recebe o III Festival Sergipano de Teatro

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Peça Nó em Pingo D’água é uma das atrações do festival.

Desde a última quarta-feira (27 de março) até o dia 9 de abril, está em cartaz o III Festival Sergipano de Teatro, com uma variada programação de peças da dramaturgia local. Nossa equipe de reportagem esteve na Praça Fausto Cardoso e acompanhou de perto o espetáculo Dando Nó em Pingo D’água, da companhia teatral “Eitcha!”. A comédia aposta em uma interação maciça com o público, com um humor escrachado e críticas ácidas, aproximando-se da realidade dos espectadores por meio de referências a assuntos atuais, desde a redução da tarifa de energia até os hits da internet “Passinho do volante” e “Nada, nada, nada”. Com atuações de alto nível e riso garantido, a peça atraía a atenção do público do início ao fim, e o número de pessoas no local crescia no decorrer da apresentação.

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Izaque Galvão, representante do Departamento de Artes Cênicas da Secult.

Izaque Galvão, do departamento de artes cênicas da Secult, afirmou que “o governo tem a responsabilidade de solidificar o Festival”. Segundo ele, a iniciativa surgiu do movimento organizado da sociedade através do SATED, do Fórum de Artes Cênicas e do governo, e o principal desafio dessa edição é conseguir patrocinadores. Ele reforçou que não existem mais diferenças entre quem mora no interior e quem mora na capital. Há ainda a deficiência da formação, mas as dificuldades são as mesmas e com a internet tudo está mais próximo, inclusive o incentivo. “Hoje não tem lamentação. Porque se tiver pessoas interessadas, fica ainda mais fácil”. E completou: “O festival é a culminação da produção cultural do ano.”

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Euler Lopes, ator do grupo teatral A Toa Lona, que também participa do evento.

Mas o encontro deste ano, cujo foco é o circo, ainda aponta dificuldades para o teatro sergipano. Euler Lopes, ator, pertencente ao grupo de teatro A Toa Lona, que irá se apresentar no próximo domingo (7) com a peça “O Vômito”, revela que o festival não atingiu plenamente as expectativas: “Este ano é um festival menor. Não tem oficinas, não tem intercâmbio. A classe perde e o público também”. Comenta ainda que “o festival é importante para se conhecer.” Contudo, avalia que existe uma carência de investimento em Sergipe no setor da formação. “Precisa de um pouco mais de profissionalização. Tem bons atores, mas falta a parte técnica”, defende.

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Eloisa Galdino, secretária de estado da cultura de Sergipe.

Outros setores, no entanto, demonstram mais otimismo. Eloisa Galdino, secretária de estado da cultura, reforça que o Festival Sergipano de Teatro marca o movimento das artes cênicas do estado e consolida o trabalho desenvolvido no ano. Segundo ela, o festival dialoga com a democratização do acesso, permitindo que qualquer um acompanhe os espetáculos. Ainda segundo Eloisa, a maior vitória é o evento ser uma política de estado. “O governo Déda pode passar, mas o festival fica”. O grande motivo de não serem feitos mais espaços como esses, acredita, é a escassez de recursos para a cultura. Quanto às políticas públicas voltadas para o interior de Sergipe, a secretária responde: “Avançamos bastante. É um processo natural, mas lento.”

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Eliana Araújo e a sua neta Karen prestigiam o festival pelo segundo ano seguido.

Alheio às dificuldades de produção, o público se diverte com os espetáculos. A enfermeira Eliana Araújo, de 66 anos, levou a neta Karen, de 8, pela segunda vez ao festival. Como no ano anterior, as duas optaram por uma peça de comédia. Para Eliana, a “importância (do festival) é fundamental em termos de cultura,  porque passa esse conhecimento para as crianças”. Ainda segundo a avó, falta incentivo nos colégios públicos e particulares para esse tipo de arte, pois o teatro ainda é muito caro. “Ninguém tem condições de pagar 40, 50 reais (em um ingresso)”, argumenta. Para a pequena Karen, o espetáculo é “legal e interessante” ela viria todo final de semana, se pudesse. “Eu gosto dos atores, da peça. Me faz rir”, revela com um sorriso.

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André Santana, o “Policárpio” da peça Dando Nó em Pingo D’água.

Ed Soares, 30 anos, artista, comenta após o espetáculo que a importância do festival está justamente nessa proximidade com o público. Segundo ela, há alguns problemas com a narrativa: “Às vezes, caem nos estereótipos, fazem movimentos pornográficos (ou que remetem a isso), mas isso é útil para atingir mais as pessoas”. Para outro ator, André Santana, de 34 anos, que interpretou o personagem Policárpio na peça Dando Nó em Pingo D’água, “o festival serve como vitrine, divulgação do espaço”. Ele defende que é preciso mais espaços como esse, mas que o problema não é falta de apoio e sim de produtores eficientes. “Falta capacitação dos produtores culturais. Bons artistas, boas ideias e bons produtos culturais nós temos”, ressalta.

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O festival deste ano se encerra no dia 9 de abril, terça-feira.

Para quem quiser conferir o evento, basta ficar de olho na programação, disponível no site da Secretaria de estado da cultura de Sergipe (http://cultura.se.gov.br/destaques/festival-de-teatro-acontece-de-27-de-marco-a-9-de-abril). A entrada é gratuita e os espetáculos acontecem, em sua maioria, à tarde (às 15 ou 16 horas) e à noite (às 20h), em vários pontos da capital, até a próxima terça-feira, quando as cortinas se fecham. Ao menos, por enquanto. Afinal, se depender do esforço e do talento dos artistas sergipanos, mesmo diante das dificuldades técnicas, o festival seguirá firme pelos próximos anos. E o final, sejam as peças comédias ou tragédias, reservará sempre um sorriso de satisfação. Pois, nas palavras do dramaturgo mais famoso da história, tudo está bem quando termina bem.

Fotos: Allan Jonnes; Produção: Baruc Martins; Edição: Jamile Oliveira; Texto: Daniel Martins.

A História Vista do Alto

Construído no século XIX, antigo farol de Aracaju é um registro da história da cidade.

Antigo farol de Aracaju

Antigo farol de Aracaju

A importância dele pode ser medida pelo nome do bairro que surgiu ao seu redor: a Farolândia. Localizado na zona sul de Aracaju, o antigo farol, sobrevive em meio a modernas construções com as quais disputa atenção.

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Passado e presente dividem espaço no bairro Farolândia

Construído em 1888 para orientar as embarcações que chegavam à foz do rio Sergipe, o antigo farol foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Sergipe em 1995 e se tornou um ponto turístico de Aracaju.

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Após ser desativado, o farol virou ponto turístico da nossa cidade

Mas a história desse monumento, de mais de 30 metros de altura, é marcada por altos e baixos. Por causa do crescimento de construções urbanas ao seu redor e de sua distância até a costa litorânea, o antigo farol teve que ser desativado após a construção de outro, no bairro Coroa do Meio.

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Sinalização colocada após a restauração em 2008

Com a desativação, em 1991, o lugar passou por um processo de declínio e marginalização, marcado pelo incêndio que atingiu o farol em 1999.

30 metros de altura e de muita história

30 metros de altura e de muita história

A restauração só foi iniciada em 2008 e, com isso, o monumento do final do século XIX foi recuperado e parte da história de Aracaju preservada.

 

Pauta: Luciana Nascimento

Fotografia: Francielle Couto, Leonardo Vasconcelos e Luciana Nascimento

Edição: Érika Rodrigues

 

Um mergulho pelas águas do Oceanário

Oceanário de Aracaju abriga diversidade de animais marinhos

Oceanário de Aracaju abriga diversidade de animais marinhos

Arraias, estrelas do mar, moreias, tartarugas marinhas, tubarões… Essas são algumas das 70 espécies de animais marinhos existentes no Oceanário de Aracaju, localizado na Orla da Atalaia e mantido pela Fundação Pró-Tamar desde sua inauguração em 2002. Além de ser mais um atrativo turístico da cidade, o oceanário tem um papel muito importante para o meio ambiente.

Estrelas do mar podem ser encontradas em tanque próximo aos aquários

Estrelas-do-mar podem ser encontradas em tanque próximo aos aquários

Segundo Jaqueline Ferreira, estagiaria do Projeto Tamar, os animais que chegam ao oceanário são nativos da costa sergipana e de toda costa brasileira. Relata que alguns chegam debilitados e precisam ser encaminhados ao quaternário, local onde somente funcionários tem acesso devido ao tratamento que os animais precisam receber.

Tartarugas marinhas são as mais prejudicas pelas redes de pesca

Tartarugas marinhas são as mais prejudicas pelas redes de pesca

“Muitos chegam até nós bastante machucados por terem ficado presos em redes de pesca, pois muitos pescadores preferem machucar o animal a perder a rede” afirma Jaqueline. Segundo ela, os animais que conseguem se recuperar são devolvidos ao seu habitat natural, os que não conseguem permanecem no oceanário ou, em último caso, quando não existe nenhum tipo de melhora, são sacrificados.

Tratador alimentando os tubarões. Evento é o mais esperado do dia

Tratador alimentando os tubarões. Evento é o mais esperado do dia

As espécies que lá permanecem são expostas em 18 aquários (cinco de água doce e treze de água salgada) e em 4 tanques. Os visitantes têm a oportunidade de se aproximar dos animais e até mesmo tocar, sempre com orientação de um monitor, principalmente no auxilio da alimentação dos tubarões. A alimentação ocorre uma vez por dia, durante o período da manhã para os aquários e pela tarde nos tanques.

Pai e filha observando o tanque dos tubarões lixa

Pai e filha observando o tanque dos tubarões lixa

O oceanário fica aberto de terça a domingo, inclusive nos feriados, das 9 às 21h. O valor da entrada para adultos é de R$ 12, para estudantes, crianças acima de 1m e idosos acima dos 60 anos o valor é de R$6 e para portadores de necessidades especiais e crianças abaixo de 1m a entrada é gratuita.

Texto: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues

Fotografias: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues

Edição: Daniela Barbosa e Silvia Rodrigues