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A maior seca que já se viu nos últimos 50 anos está trazendo tristeza e preocupação para os moradores de mais de 24 cidades do interior do estado de Sergipe. A situação é vista como desoladora em alguns setores da agricultura e pecuária, que caíram bastante com esse grande período de estiagem. Mas nem só o gado e as plantações sofrem com essa problemática, o homem também tem dificuldades na procura por água, encontrando rios completamente secos.
O grande período de seca que atinge o interior do estado há mais de 8 meses, castiga a população, os animais e todos que dependem do bem mais precioso para a nossa sobrevivência: a água. A produção do Blog Fotografia UFS percorreu desta vez, o povoado Lagoa da Volta, situado no município de Porto da Folha, exibindo a situação do nordestino, em frente essa situação preocupante.
Percorrendo o povoado e suas imediações podemos perceber como a situação é triste para a população que vive nesse local. O que podemos ver é o gado magro, em consequência das pastagens secas e sem vida, impossibilitando que o animal possa se alimentar. O problema fica nesse caso para os donos dos bichos, que em meio ao sofrimento e fome tem que comprar comida ou alimentá-los com mandacaru. As barragens e poços artesianos possuem pouca ou causa nenhuma água e aqueles que necessitam de mais, tem que comprar para beber e dar aos animais.
Sertanejos
O agricultor Jandson Lima, de 32 anos, está preocupado com essa situação que não para. Ele, que mora no povoado à 22 anos, diz que a situação está cada vez mais difícil, principalmente por conta da alimentação do gado e a pouca água para beber. “Esta seca foi a maior que eu já vi por aqui. Há pelo menos 90 dias deu uma trovoada, mas mesmo assim não adiantou muita coisa, logo o poço secou. O que a gente planta agora só para o consumo próprio, não dá nem para vender”, contou o agricultor.
Ainda segundo Jandson, ele não recebe nenhum outro benefício do Governo Federal, além do Bolsa Família. “O único benefício que eu recebo é o Bolsa Família, tem o Bolsa Agricultor, mas por aqui não chegou nada. Acho que deveria ter um recurso a mais para ajudar a gente pelo menos na produção para a venda“, lamenta o sertanejo.
Já a aposentada, Maria dos Prazeres, a situação é difícil também para quem tem que pagar caro pelo pouco de água que recebe. “Aqui em casa tem água encanada, o problema é que nós pagamos caro demais. Mesmo economizando, vem R$60,00, R$90,00 de conta e eu não sei porque vem tão cara assim, acho que é por conta da distância daqui onde a gente mora para o povoado, mas mesmo assim é muito cara. A minha sorte é a minha aposentadoria”, reclama a aposentada.
A família da dona de casa Ana Paula, reclama pela queda da produção de leite e o preço alto da ração que é preciso dar ao gado. “Depois desta estiagem que deu a situação ficou bastante difícil. Nós agora temos que comprar ração para o gado e tentar sustentar a produção de leite, mas mesmo assim é muito difícil conseguir a mesma produção quando não estavamos nessa situação”, destaca dona Ana Paula.
Medidas emergenciais
O estado de Sergipe está com mais de 24 cidades oficialmente em situação de emergência. Com o objetivo de tentar minimizar a situação, o Governo de Sergipe, juntamente com a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) e a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), estão tomando medidas administrativas para ter maior visão do problema. Estão sendo realizados reuniões, com gestores de 37 municípios que foram beneficiados com projetos de injeção da agrícola, limpeza de barragens e distribuição de sementes para os agricultores
Equipe: Alana Karolina Gois, Caio Rodrigues, Leila Dolif, Isadora Santos, Miguel Carlos, Roseli Silva, Silas Brito
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