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Orlinha do bairro Industrial: Atrás da ponte, ao lado do rio, no meio do povo

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“Se Aracaju tem a Orlinha do Pôr do Sol, o bairro Industrial tem a do nascer do sol”. Quem afirma é o Guarda Municipal Lima Almeida. O servidor trabalha no local há aproximadamente 8 anos e se sente privilegiado em diariamente acompanhar a rotina matutina de trabalhadores e observar a visita vespertina, periódica ou ocasional, de pessoas que vem se reenergizar com a brisa do Rio Sergipe.
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É hoje um dos cartões postais mais populares da zona norte de capital. Em toda a extensão possui restaurantes, bares quiosques, centro de cultura e arte, parques infantes, quadras de esporte. Não está na rota dos pacotes das empresas de turismo. Não é prioridade nas propagandas oficiais estatais . Passa ao lado das politicas dos governos de plantão. Ainda assim, tem a beleza peculiar e majestosa que a Natureza oferece. Tem um quê de romantismo. Algo de pitoresco. A rebeldia de um lugar que deveria ser marginalizado. A semelhança entre a estrutura física da Orlinha do bairro Industrial, a população de seu entorno e o público que a visita é a miscelânea perfeita do direito sagrado (quem sabe profano?) de se desafiar.
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Quando foi revitalizada em 2004, a Orlinha tinha uma finalidade: criar um espaço de lazer para a população da zona norte de Aracaju. Seria algo como: vamos criar um local domesticado para a população da zona norte não queiram (ou não possam) vir às áreas nobres ocupar o “olimpo” da nobreza aracajuana. Eles não entendem que ZONA NORTE nada tem a ver com ZONA da MORTE. Burocratas que sentem o preconceito mesquinho de que ainda não saiu do casulo da mediocridade.
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“Eu não conheço ainda a Orlinha”, afirma o desavisado.
“Não é local seguro”, desiste o inseguro.
“O que tem de belo lá?”, questiona o incrédulo.
“Prefiro locais mais chiques”, diz a vazia patricinha.
Esse festival de preconceitos não condizem coma realidade e a beleza do local. O casal. A criança. O pequeno cãozinho. Os comerciantes. A professora. Os namorados. Os curiosos. O povo se encontra na orlinha (palavra moderna para se dizer praça). O rio assiste a tudo e a brisa abençoa quem visita a extensão a beira rio.
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Em tempos de capitalismo (selvagem para uns, liberal para outros), a pequena orla gera emprego e renda. A garçonete Ana Cléia comemora. “ Oferecemos música popular brasileira para os frequentadores, comida suculenta e tentamos atender nossos clientes com máxima atenção. Não fazemos distinção se é turista ou morador do bairro. A periferia também pode se divertir”, afirma.
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A professora universitária Maria Isidória é uma entusiasta e assídua frequentadora. “Desde que cheguei a Aracaju para lecionar no Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Sergipe, comecei a procurar locais turísticos. O engraçado é que a Orlinha não constava nem na rota das operadoras de turismo, nem nas inserções de propaganda dos governos. Quando descobrir, passei a frequentar e sempre indico aos meus amigos”, testemunha o professora.
O fim de tarde chega. A noite prepara seu espetáculo. O palco está pronto. O som mavioso do vento é lentamente silenciado pelas caixas de som dos estabelecimentos comerciais. A sombra da ppnte e o brilho das luzes refletem nas águas dor rio. É a Orlinha do bairro Industrial. É gente querendo diversão.
Em tempos de geração X ou Y, tem quem prefira ver a vida pela janela. A janela moderna de um computador. Preso no quarto, vendo “ a banda passar”.
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#partiuorlinha #orlinhasualindameame #sóvaiquemveio
Fotografia e Edição: Carlos Alberto A. Lima 
Texto: Camila Roberta, José Leidivaldo e Whagner Alcântara

Aracaju recebe o III Festival Sergipano de Teatro

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Peça Nó em Pingo D’água é uma das atrações do festival.

Desde a última quarta-feira (27 de março) até o dia 9 de abril, está em cartaz o III Festival Sergipano de Teatro, com uma variada programação de peças da dramaturgia local. Nossa equipe de reportagem esteve na Praça Fausto Cardoso e acompanhou de perto o espetáculo Dando Nó em Pingo D’água, da companhia teatral “Eitcha!”. A comédia aposta em uma interação maciça com o público, com um humor escrachado e críticas ácidas, aproximando-se da realidade dos espectadores por meio de referências a assuntos atuais, desde a redução da tarifa de energia até os hits da internet “Passinho do volante” e “Nada, nada, nada”. Com atuações de alto nível e riso garantido, a peça atraía a atenção do público do início ao fim, e o número de pessoas no local crescia no decorrer da apresentação.

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Izaque Galvão, representante do Departamento de Artes Cênicas da Secult.

Izaque Galvão, do departamento de artes cênicas da Secult, afirmou que “o governo tem a responsabilidade de solidificar o Festival”. Segundo ele, a iniciativa surgiu do movimento organizado da sociedade através do SATED, do Fórum de Artes Cênicas e do governo, e o principal desafio dessa edição é conseguir patrocinadores. Ele reforçou que não existem mais diferenças entre quem mora no interior e quem mora na capital. Há ainda a deficiência da formação, mas as dificuldades são as mesmas e com a internet tudo está mais próximo, inclusive o incentivo. “Hoje não tem lamentação. Porque se tiver pessoas interessadas, fica ainda mais fácil”. E completou: “O festival é a culminação da produção cultural do ano.”

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Euler Lopes, ator do grupo teatral A Toa Lona, que também participa do evento.

Mas o encontro deste ano, cujo foco é o circo, ainda aponta dificuldades para o teatro sergipano. Euler Lopes, ator, pertencente ao grupo de teatro A Toa Lona, que irá se apresentar no próximo domingo (7) com a peça “O Vômito”, revela que o festival não atingiu plenamente as expectativas: “Este ano é um festival menor. Não tem oficinas, não tem intercâmbio. A classe perde e o público também”. Comenta ainda que “o festival é importante para se conhecer.” Contudo, avalia que existe uma carência de investimento em Sergipe no setor da formação. “Precisa de um pouco mais de profissionalização. Tem bons atores, mas falta a parte técnica”, defende.

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Eloisa Galdino, secretária de estado da cultura de Sergipe.

Outros setores, no entanto, demonstram mais otimismo. Eloisa Galdino, secretária de estado da cultura, reforça que o Festival Sergipano de Teatro marca o movimento das artes cênicas do estado e consolida o trabalho desenvolvido no ano. Segundo ela, o festival dialoga com a democratização do acesso, permitindo que qualquer um acompanhe os espetáculos. Ainda segundo Eloisa, a maior vitória é o evento ser uma política de estado. “O governo Déda pode passar, mas o festival fica”. O grande motivo de não serem feitos mais espaços como esses, acredita, é a escassez de recursos para a cultura. Quanto às políticas públicas voltadas para o interior de Sergipe, a secretária responde: “Avançamos bastante. É um processo natural, mas lento.”

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Eliana Araújo e a sua neta Karen prestigiam o festival pelo segundo ano seguido.

Alheio às dificuldades de produção, o público se diverte com os espetáculos. A enfermeira Eliana Araújo, de 66 anos, levou a neta Karen, de 8, pela segunda vez ao festival. Como no ano anterior, as duas optaram por uma peça de comédia. Para Eliana, a “importância (do festival) é fundamental em termos de cultura,  porque passa esse conhecimento para as crianças”. Ainda segundo a avó, falta incentivo nos colégios públicos e particulares para esse tipo de arte, pois o teatro ainda é muito caro. “Ninguém tem condições de pagar 40, 50 reais (em um ingresso)”, argumenta. Para a pequena Karen, o espetáculo é “legal e interessante” ela viria todo final de semana, se pudesse. “Eu gosto dos atores, da peça. Me faz rir”, revela com um sorriso.

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André Santana, o “Policárpio” da peça Dando Nó em Pingo D’água.

Ed Soares, 30 anos, artista, comenta após o espetáculo que a importância do festival está justamente nessa proximidade com o público. Segundo ela, há alguns problemas com a narrativa: “Às vezes, caem nos estereótipos, fazem movimentos pornográficos (ou que remetem a isso), mas isso é útil para atingir mais as pessoas”. Para outro ator, André Santana, de 34 anos, que interpretou o personagem Policárpio na peça Dando Nó em Pingo D’água, “o festival serve como vitrine, divulgação do espaço”. Ele defende que é preciso mais espaços como esse, mas que o problema não é falta de apoio e sim de produtores eficientes. “Falta capacitação dos produtores culturais. Bons artistas, boas ideias e bons produtos culturais nós temos”, ressalta.

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O festival deste ano se encerra no dia 9 de abril, terça-feira.

Para quem quiser conferir o evento, basta ficar de olho na programação, disponível no site da Secretaria de estado da cultura de Sergipe (http://cultura.se.gov.br/destaques/festival-de-teatro-acontece-de-27-de-marco-a-9-de-abril). A entrada é gratuita e os espetáculos acontecem, em sua maioria, à tarde (às 15 ou 16 horas) e à noite (às 20h), em vários pontos da capital, até a próxima terça-feira, quando as cortinas se fecham. Ao menos, por enquanto. Afinal, se depender do esforço e do talento dos artistas sergipanos, mesmo diante das dificuldades técnicas, o festival seguirá firme pelos próximos anos. E o final, sejam as peças comédias ou tragédias, reservará sempre um sorriso de satisfação. Pois, nas palavras do dramaturgo mais famoso da história, tudo está bem quando termina bem.

Fotos: Allan Jonnes; Produção: Baruc Martins; Edição: Jamile Oliveira; Texto: Daniel Martins.

Protesto das 100 Cruzes denuncia a morte de jovens pelo narcotráfico na capital sergipana

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Desde segunda, as cruzes de madeira estão expostas na Praça Fausto Cardoso.

A Praça Fausto Cardoso, no centro da cidade de Aracaju, foi tomada por dezenas de cruzes brancas, feitas de madeira e material reciclável. O ato tem origens na religião, mas não é uma referência às comemorações da Páscoa. Representando o assustador índice de jovens assassinados pelo narcotráfico na capital, o chamado Protesto das 100 Cruzes é uma denúncia silenciosa da omissão das autoridades na luta contra as drogas.

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Protesto da Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos visa alertar a população e as autoridades para o problema das drogas.

O protesto foi idealizado e organizado pela Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos, uma associação de clérigos e leigos (que inclui advogados, médicos e psicólogos), fundada em 2002 em sediada no bairro Manoel Preto, que desenvolve um trabalho de redução de danos com usuários de drogas. A obra tem como objetivos chamar a atenção da sociedade contra o tráfico de drogas e intervir junto aos usuários no sentido de informá-los, auxiliá-los em tratamentos e tirar documentação daqueles que vivem nas ruas.

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Há mais de dez anos, a obra trabalha no apoio a usuários e moradores de rua.

Segundo o Padre Missionário Anselmo, um dos organizadores do protesto, “cerca de 28 jovens se prosituem entre as praças da catedral metropolitana e a praça Fausto Cardoso. Os meninos cobram cerca de 30 reais para fazer os programas e desse modo conseguem dinheiro para o consumo de drogas”. A Ordem oferece uma alternativa a esses jovens, não apenas orientando-os para afastá-los das drogas, mas incluindo-os diretamente na obra.

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Cartazes também auxiliam na informação e na conscientização do público.

Maico, de 25 anos, e Fernando, de 19, então entre os jovens ajudados pela Ordem Missionária. Os rapazes ganham cerca de 10 reais por dia e alimentação para auxiliar no protesto, cuidando das cruzes e informando os transeuntes a respeito do ato. Moradores de rua, eles trabalhavam no local, lavando carros, quando foram convidados ao projeto pelo Padre Anselmo. Segundo eles, o Protesto das 100 Cruzes teve início na última segunda-feira (25), durará até a sexta-feira da Paixão (29) e deve ser seguido por outras manifestações dentro do mesmo tema.

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Maria Leda (à esquerda) e Sônia Boemer (à direita), que passavam pelo local, foram atraídas pela manifestação silenciosa e prestaram apoio ao protesto.

Sonia Regina Boemer, de 53 anos, que passava pelo local, concordou com o protesto: “A sociedade tem que tomar uma providência. Não existe uma lei que dê apoio a essas famílias.” Maria Leda, 63, também fez coro à Ordem: “A droga é triste demais. Tem filho que pede que a propria mãe o acorrente porque ele tambem já não aguenta mais essa vida. As familias não têm dinheiro pra tratamento. É muito caro.”

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O alcoolismo também é uma das preocupações da Ordem Missionária.

A Ordem Missionária dos Padres e Irmãos Mauritanos já teve ajuda do poder público, mas hoje se sustenta por conta própria. Além do trabalho de combate às drogas e conscientização da sociedade, eles também distribuem sopa para moradores de rua em alguns pontos do centro e no próprio bairro Manoel Preto. Na semana que representa a ressureição para os cristãos, a missão dos Mauritanos é ainda mais simbólica. E a esperança é que, das cruzes e da dor a que elas remetem, possa surgir o renascimento de um povo tão sofrido.

Fotos: Baruc Martins; Produção: Allan Jonnes; Edição: Jamile Oliveira; Texto: Daniel Martins.

Cresce a procura por carteiras de trabalho e empregos formais em Aracaju

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CEAC do Riomar recebe muitos interessados na emissão de carteiras de trabalho.

A ideia de um trabalho estável e que respeite os direitos dos seus empregados interessa a muita gente, tanto a quem está ingressando no mercado de trabalho quanto a quem já ocupa um emprego informal. É pensando nisso que, quase todos os dias, nos horários de funcionamento do Núcleo de Apoio ao Trabalhador (NAT), no CEAC do Shopping Riomar, um grande número de pessoas se dirige aos balcões de atendimento para requerer a emissão de suas Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS). O documento garante acesso a direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, benefícios da Previdência e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Segundo funcionários, a movimentação é mais intensa no período da tarde e a procura é grande por parte da população mais jovem.

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Filas reúnem desde novos trabalhadores a antigos, migrando para a formalização.

Segundo dados do IBGE, publicados na tabela de Indicadores Sociais de 2012, 56% das pessoas com mais de 16 anos possui empregos formais. No ano anterior, 1,94 milhão de empregos com carteira assinada foram gerados em todo o país. Embora o número de pessoas trabalhando na informalidade ainda seja elevado – um total estimado de 44,2 milhões, entre homens e mulheres – esses dados refletem uma evolução na regulamentação da mão de obra brasileira. Em comparação com o início da década, quando o percentual de empregados com carteira assinada era de 43,3%, os números representam um aumento de 10,7%. No estado de Sergipe, os indicadores registrados ainda são inferiores à media nacional, com apenas 41,2% de pessoas na formalidade. Mas a busca pelos seus direitos tem aumentado também na região.

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O atendimento ocorre pela manhã e à tarde, das 7h15 às 17h45.

É o caso de Andreia, 19 anos, que começou a trabalhar informalmente há alguns meses e só agora decidiu requerer a sua carteira de trabalho. Mesmo sem a exigência dos patrões, ela entendeu a necessidade e a importância de ter o seu trabalho regularizado junto aos órgãos competentes: “(a iniciativa) foi minha mesmo e o motivo (da procura) são os benefícios que traz ter um emprego de carteira assinada.” O mesmo ocorreu com Daiane, também de 19, embora por motivos diferentes. A estudante, que acaba de ingressar na Universidade Federal de Sergipe, nunca trabalhou e afirma não ter nenhum emprego em vista no momento. Apesar disso, também estava retirando a sua CTPS, mas por questões burocráticas, para atender aos requisitos de um plano de saúde.

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Muitos brasileiros já deixaram a informalidade para trabalhar com carteira assinada.

O serviço de expedição da carteira de trabalho é gratuito. Pode ser solicitado
por pessoas a partir de 14 anos, sendo que os menores de idade entre 14 e 16
anos só podem ser contratados como aprendizes, sob a responsabilidade do
empregador. Estrangeiros naturalizados brasileiros também podem solicitar a
CTPS, através dos mesmos procedimentos e com a exigência dos mesmos documentos: RG ou certidão de nascimento ou de casamento ou carteira do conselho profissional, CPF, foto 3×4 recente e comprovante de residência. Em Aracaju, além do CEAC do Shopping Riomar, o serviço é prestado nas seguintes unidades: Núcleo de Apoio ao Trabalhador, no bairro São José, Delegacia Regional do Trabalho (DRT), CEAC da Rodoviária, na Zona Norte, e na unidade itinerante do CEAC.

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Serviço é realizado gratuitamente em vários pontos da cidade.

Grupo: Allan Jones, Baruc, Daniel e Jamile.

As músicas, a alegria e as crianças de um certo Zé

Casa do Zé ensaia para apresentação no Teatro Atheneu

Casa do Zé ensaia para apresentação no Teatro Atheneu

Na tarde do último sábado, 02 de março, a Teatro Atheneu abriu suas portas para o publico infantil. O grupo musical A Casa do Zé, apresentou um espetáculo lúdico e poético para crianças e jovens de oito a oitenta anos. A divertida ciranda musical, por alguns instantes, eliminou as barreiras físicas do teatro dividido: palco e poltronas confundiam-se. Ali, naquele espaço, se materializou uma casa. “A Casa do Zé”. O repertório permitiu às crianças viajar através das notas musicais e dos acordes, como se fosse um conto de literatura fantástica. As vozes e os instrumentos musicais transformaram-se numa simbiose poética em que os cânticos abriam um portal mágico no qual as crianças e seus pais cantaram, cantarolaram, brincaram se recusam a entrar no mundo áspero e agridoce dos adultos.

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Com quase 18 anos de carreira o grupo faz história na cena musical sergipana.  Composto por João Ricardo, Papi, Igor Costa, Kátia Gouveia, Martha santos, Rafael Jr. Eduardo Monte Santo e Anabel Vieira, a banda contagiou a molecada através de músicas de outras primaveras, mas também valorizaram cantigas mais “modernas”. Já durante os ensaios os cantores e instrumentistas aprimoravam o que mostrariam durante o espetáculo. Uma nota musical a mais – ou a menos, a ordem das canções, a sincronia e a harmonia da múltipla voz que possui. Não poderiam errar. Aliás, a arte possui licença e liberdade para não se prender a tais fenômenos. Tudo é permitido. Cante bem alto e dance, dance. Esse foi o lema.

O aplauso foi um pacto manifesto de aprovação. O brilho no olhar, o sorriso no rosto e os movimentos no corpo significou a sincronia perfeita entre dois mundos: o da arte, da criançada, da despreocupação; e o dos adultos que ousaram voltar a ser criança, por alguns infinitos minutos. Meninos e meninas assumiram naquele momento o mais puro sentido que essa palavras posso passar. Durante o espetáculo foi  permitido viajar em um “Trenzinho”, ou ter a fantástica companhia de “Dona Carochinha e Outras Histórias”. Se o show acabaria? Claro que não! Horas e minutos são invenções sociais, coisa que a infância não admite. Continua em casa, na sala de aula com o coleguinha, antes de dormir, e mesmo durante os sonhos. A arte, a música é atemporal, assim como a música. Assim como “ A casa do Zé”.

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O próximo desafio do grupo será o lançamento de um novo espetáculo denominado “A Arca de Noé”, no qual fará uma homenagem ao centenário do poeta brasileiro Vinícius de Moraes. Esperado pelas crianças e os amantes da bela interpretação das cantigas  infantis, A Casa do Zé continuará sintetizando o mais belo sentido da palavra música. As crianças aplaudem. A agradece.

Texto: José Leidivaldo

Fotografia: Carlos Alberto Alves Lima

Edição: Camilla Roberta

Progresso sem ordem: O desorganizado crescimento imobiliário em Sergipe

O progresso é o caminho para o futuro, dizem os homens do poder. Um futuro de cidades grandes, urbanizadas, modernas e ricas. Em nome desse progresso, se aposta em um jogo que vale mais do que dinheiro. Um jogo que envolve vidas. A possibilidade de uma moradia fixa e financeiramente acessível leva pessoas a se instalarem em áreas pouco ou nada preparadas para a habitação, acreditando na promessa de que as vizinhanças se desenvolverão com a presença de imóveis. O pensamento que orienta os responsáveis pelos condomínios residenciais em Sergipe mais parece um eco das vozes na cabeça do fazendeiro Ray Kinsella,  personagem de Kevin Costner no filme Campo dos Sonhos: “Construa e eles virão”. Mas, na vida real, não é tão simples assim.

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Condomínio Vila Vitória é exemplo de má disposição geográfica dos conjuntos residenciais. Moradores vivem ilhados entre a avenida e a vegetação local.

No Condomínio Residencial Vila Vitória, localizado no bairro Jabotiana, próximo à Universidade Federal, essa situação é bastante explícita. Com moradores já habitando o local, o seu entorno ainda carece de comércio e serviços básicos e de condições essenciais para a qualidade de vida da população. Cercado de Mata Atlântica, não há qualquer tipo de mercado próximo ao condomínio, nem mesmo uma farmácia, tampouco um posto médico nos seus arredores. Como resolução de uma lei federal, não é permitida a comercialização de nenhum produto dentro do Vila Vitória, o que obriga os moradores a saírem de carro ou de ônibus para realizar compras simples.

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A distância de áreas comerciais e dos serviços obriga as pessoas a se deslocar de ônibus para pequenas necessidades, como comprar pão ou pagar contas.

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Mas a falta de sinalização torna até esse simples ato um perigo para os moradores.

Ônibus e carros que também representam um problema para os condôminos. Não há ponto de parada para transporte coletivo no sentido a São Cristóvão, nem faixa de pedestres para a travessia ao ponto do outro lado da pista. “Não tem uma faixa (de pedestres). Não tem um ponto adequado. O condomínio eu acho bom, tranquilo. Mas o problema é que, pra quem não tem carro e depende do transporte público, é terrível”, queixa-se a moradora Jéssica Damiana, 19 anos, estudante de Publicidade. A sinalização precária contribui com frequência para acidentes de trânsito. Há alguns meses, foram colocados quebra-molas nas duas vias para tentar evitar novos acidentes.

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Moradores penduraram uma bicicleta em um poste de energia, em reação ao atropelamento e à morte de um jovem ciclista no local.

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Após o incidente, quebra-molas foram instalados para tentar minimizar os riscos.

Mas o trânsito não é o único ponto de insalubridade para os moradores. Devido ao isolamento e ao policiamento inadequado das ruas, também são comuns queixas de roubos no local. “Apesar de ter porteiro, não tem segurança.”, comenta Greice Kelle, 22 anos, estudante de zootecnia. E nem a proximidade com o batalhão da Polícia Militar parece coibir a ação de criminosos. “Quando acontece algum incidente, chamam a polícia, mas ela não chega a tempo”, diz o morador Cristóvão Carvalho. Outros problemas incluem a presença de lixo depositado em locais não apropriados, como os terrenos baldios ao lado do condomínio, prejudicando o meio-ambiente e colocando em risco a saúde da população.

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O espaço em volta do condomínio residencial, coberto por vegetação de Mata Atântica, tornou-se ainda um depósito irregular de lixo.

Segundo a EMURB, para a construção de um condomínio residencial, são exigidos, além das plantas e da documentação de requerimento, um levantamento da localização, da topografia, da vegetação, do sistema viário e das obras de infraestrutura do local, bem como as diretrizes da SMTT para a sinalização das vias. As restrições ao uso de solo para condomínios dizem respeito apenas a imóveis localizados em áreas de interesse público para uso comunitário ou em terrenos da União, em zonas de aeroporto ou aeródromo e em áreas de interesse ambiental, sendo não edificáveis as áreas de preservação e apenas limitadas as áreas de proteção. Os únicos serviços de infraestrutura obrigatórios são as vias, a drenagem pluvial, o abastecimento de água e energia e a rede de esgoto ou sistema alternativo.

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Distante do resto da cidade e carente de áreas de lazer, o condomínio mais
restringe do que protege os seus moradores.

Essas exigências, no entanto, parecem não ser suficientes para impedir que se construa condomínios em áreas onde eles acabam “ilhados” e sujeitos aos mesmos problemas do Vila Vitória. Com os centros urbanos cada vez mais inchados e a escassez de terras para a construção de novas áreas residenciais próximas aos núcleos populacionais, a tendência é que se continue procurando locais mais distantes e apostando no desenvolvimento posterior das regiões, em vez de prepará-las para receber moradores antes de lançá-los à sua própria sorte nas novas casas. Nesse admirável mundo novo, o progresso não espera pelas pessoas, nem está preocupado com a sua qualidade de vida. Ele simplesmente avança em direção ao futuro. Mesmo que sem ordem.

Grupo: Allan Jones, Baruc, Daniel e Jamile.

As estrelas do mar – Jovens deficientes quebrando as ondas do preconceito.

Não existe diferença quando se tem alegria.

Não existe diferença quando se tem alegria.

Há quase dois anos, o projeto “Estrelas do Mar” desenvolve atividades que visam à interação entre crianças e adolescentes com ou sem deficiência. Um trabalho completamente voluntário cujo alvo é a inclusão social. E a melhor forma de provar à sociedade que todos são iguais nas diferenças, é trazendo à comunidade aqueles que, na maioria das vezes, são rejeitados por todos.

Estrelinhas no Mar.

Estrelinhas no Mar.

O projeto, fundado por Byron Silva, nasceu do sonho de um amigo, que morreu na tentativa de impedir que um jovem deficiente fosse assaltado. No início, Byron conta que encontrou diversas barreiras. “A falta de equipamentos e o transporte para a locomoção dos jovens da APAE/SE, era o principal obstáculo. Hoje, o cenário é diferente, o “Estrelas do Mar” conta com cerca de 60 crianças e adolescentes, dos quais, mais da metade possui algum tipo de deficiência”, destaca Byron.

Byron Silva relata as dificuldades e conquistas do Projeto.

Byron Silva relata as dificuldades e conquistas do Projeto.

O projeto é executado pela Waves – escola de bodyboarding – e já conta com alguns parceiros que colaboram com os equipamentos necessários, além de um time com 25 voluntários, todos empenhados na prática e ensino do “Bodyboarding”.

Bodyboarding: um esporte especial

É surfando que se aprende.

É surfando que se aprende.

Através da prática do bodyboarding – esporte que consiste em descer as ondas de joelho numa prancha – crianças e adolescentes com deficiência desenvolvem ou melhoram sua coordenação motora. Mas o maior benefício vai além do físico. Por meio deste esporte e através do projeto, estes jovens são trazidos de volta à sociedade, provando que todos têm capacidade para vencer suas próprias barreiras.

Hora do exercício.

Hora do exercício.

Segundo a presidente da CIDOWN (Associação Sergipana dos Cidadãos com Sídrome de Down), Sheila Souza, o maior benefício é o da inclusão social. “Nesse espaço as crianças podem interagir, brincar, socializar, de uma forma que todos são beneficiados. Não existe exclusão, existe inclusão de nossas crianças”, destaca a presidente.

Ela é mãe de duas crianças que estão no projeto e um deles, Heitor (4), possui Síndrome de Down. Sua mãe afirma que, mesmo ele sendo tão jovens, os benefícios são bem claros e, alerta para alguns termos mal usados pela sociedade quando se referem aos especiais: “Essas crianças não são portadoras de nenhum problema, possuem uma deficiência”, ressalta.

Presença

Akemi Saito em entrevista a nossa equipe.

Akemi Saito em entrevista a nossa equipe.

Uma grande bodyboard fez questão de participar e conhecer o projeto. O nome dela é Akemi Saito, nacionalmente conhecida pela prática do bodyboarding, que veio direto do Havaí, onde mora, para prestigiar o projeto. Em entrevista, ela diz jamais ter visto algo parecido nos lugares por onde passou e se comprometeu em voltar mais vezes, além de ajudar na divulgação.

 Futuro

Uma das Estrelas do Mar.

Uma das Estrelas do Mar.

Byron Silva confirma a intenção de estender o projeto para outras cidades do litoral sergipano. Todavia, carece de mais voluntários e de patrocínio. “O projeto precisa ser mais divulgado e com isso, atrair mais parceiros para podermos expandir e assim ajudar cada vez mais nossas crianças. E é desta forma que o projeto promete crescer cada vez mais e alcançar novos horizontes”, finaliza Byron.

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Alana Karolina Gois, Caio Rodrigues, Leila Renata, Isadora Pinho, Miguel Carlos, Rosely Silva, Silas Brito.

Preço de mariscos e crustáceos continua estável na Quaresma

Confira nossa dica para não estourar o orçamento deste ano

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Com a chegada da Quaresma, época tradicional na Igreja Católica, consumidores já demonstram preocupação com o preço de mariscos e crustáceos. O período marcado pela abstenção de carne vermelha e pelo forte consumo de frutos do mar aquece o mercado e fomenta a economia. “Aprendemos isso com nossos avós, então a gente traz e repassa também para os filhos, para que se preserve”, diz João Hélio, publicitário. Como ele, milhares de fiéis tentam manter o hábito vivo ao driblar os quase sempre inflacionados valores da data.

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No Mercado Central de Aracaju, há menos de 30 dias da Páscoa, ainda não houve um aumento significativo nos preços. A proximidade, no entanto, gera precaução. “A gente já teve preços melhores”, comenta João Hélio. Se os consumidores somam-se a uma rotina de pesquisas e busca por soluções que não comprometam o orçamento, os comerciantes veem na situação uma boa oportunidade para desenvolver seus negócios.

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Beraldo Leite, Vendedor

Beraldo Leite, vendedor de camarão, afirma que o início deste período traz um bom impacto sobre o faturamento. De uma renda média de R$700 em dias normais, a receita pode chegar a R$2000 na Quaresma. Ano passado, nesse mesmo espaço de tempo, o lucro foi de R$3000. “Acredito que esse ano supere”, afirma. Mariete Pereira, outra vendedora, também endossa o coro. “A procura está do mesmo jeito, mas com fé em Deus vai aumentar”, completa.

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Mariete Pereira, Vendedora

Oferta e demanda formam uma equação bem mais complexa do que se imagina – a Quaresma e sua influência econômica atuam muito antes de produtos surgirem em estabelecimentos comerciais prontos a servir ao cliente, com uma estrutura mais ampla que a sugerida pela maioria. Seus principais efeitos são sentidos em estágios primitivos em portos e terminais, como é o caso do Terminal Pesqueiro Público de Aracaju. Com uma rotina ainda mais agitada pela fase em especial, é de lá que saem as definições que orientam o produto oferecido ao consumidor. “Não é fácil como as pessoas pensam”, fala José Gonçalves, pescador de camarão.

DO MAR À MESA

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O camarão, um dos produtos mais requisitados durante a Quaresma, está entre os artigos que sofrem maior alteração de preço durante o período. “A produção fica menor na Quaresma e eu não sei por quê. Já tenho 20 anos de pesca e é sempre assim. Fracassa, e fracassa muito. Vinte anos não são vinte dias”, relata José da Silva, companheiro de embarcação de José Gonçalves. A situação narrada pelo pescador poderia se enquadrar como um dos pilares para a elevação de preço em um cenário influenciado por um fator nem sempre considerado: o ambiental. Fevereiro e março, quando acontecem a Quaresma e a Páscoa, é uma importante fase para o camarão – os meses intermediam dois ciclos fundamentais para a espécie, a de Defeso. O Defeso é um espaço de tempo no qual o camarão se reproduz e que parte de sua população juvenil passa a se tornar adulta. Em Sergipe, ele acontece em dois momentos, o primeiro em 1º de abril a 15 de maio, e o segundo de 1º de dezembro a 15 de janeiro. Fica terminantemente proibida a pesca durante essas datas, com infração sujeita a multa e apreensão pelo Ibama. Os pescadores, quando voltam à ativa, enfrentam primeiro uma forte concorrência entre si mesmos, fracionando ainda mais a matéria-prima. “No momento em que o Defeso abre existe aquele frenesi de todo mundo querer sair e pescar o camarão. Isso é fato. Depois, com o segundo defeso é a mesma coisa. O primeiro dia de abertura todo mundo quer estar no mar, quer estar pescando. É um fator que pode estar pressionando”, enxerga Roberto Júnior, Professor Doutor do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Sergipe. Todavia, a Quaresma como fase intermediária entre pausas também acaba se configurando como uma ótima estratégia comercial: é a hora de lucrar antes da suspensão da pesca para o segundo período de Defeso. “Também é oportunismo. É a chance que a pessoa tem de vender”, completa o professor.

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Terminal Pesqueiro de Aracaju

ECONOMIZE

Para quem não está disposto a estender o orçamento este ano, uma saída cada vez mais viável contra os crescentes preços de supermercados e feiras livres é a compra de frutos do mar diretamente em portos e terminais. Além de obter produtos mais frescos, a prática leva a um desconto que varia em média entre R$5 a R$10 reais. Um quilo de camarão pistola comprado no Terminal Pesqueiro Público de Aracaju sai por R$25, enquanto no Mercado Central custa R$30, subindo a R$35 se já vier sem cabeça. A diferença entre valores que é empregada pelo comerciante para suprir pequenos custos, como conservação e transporte, pode trazer um impacto positivo ao bolso do consumidor. “Qualquer pessoa pode comprar aqui”, informa José Gonçalves, pescador. Novos produtos chegam das embarcações ao terminal entre as 6h e às 10h da manhã, e as vendas são preferencialmente realizadas em quantidades menores. Para aqueles que pretendem gastar menos, vale a visita.

Terminal Pesqueiro Público de Aracaju
Avenida Rio Branco
Centro

Por Cor (Adson Santana, Camila Ramos, Maria Beatriz, Gabriela de la Vega e Ruhan Victor Oliveira)

Copa Calo 2013: Esporte e interatividade na UFS

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Aconteceu nos dia 23 e 24 de fevereiro a Copa Calo, que esse ano ocorreu no ginásio da Universidade Federal de Sergipe. O evento é organizado pelo Centro Acadêmico Livre de Odontologia (Calo) – que é administrado pelos próprios alunos – e conta com diversas modalidades esportivas, como futebol, natação, vôlei, etc. Mas não só de esportes é feita a Copa Calo, na edição 2013, também aconteceram palestras, café da manhã, almoço, premiações e show musical com a Banda Escada de Motel, tudo isso custeado com a taxa de inscrição, que é de 20 reais.


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Este ano, a Copa Calo teve a participação de mais de 70 integrantes, entre homens e mulheres, alunos, ex- alunos e professores. A copa também recebe aqueles que não são do curso, mas também querem participar, duas pessoas para cada time, de acordo com o representante do Calo ,Klinger Amorim.

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 Por: Camila,   Gabriela, Adson, Beatriz e Ruhan

Reciclagem pode ser um bom negócio

Em tempos de politicamente correto, a capitalização do meio ambiente ocorre por diversas linhas, uma delas é a moda da reciclagem.

O termo traz conflitos conceituais. De fato, o que mais ocorre é o reaproveitamento por meio do artesanato. Nesse caso, a responsabilidade do processo tem recaído sobre a consciência individual e não necessariamente sobre uma compreensão mais sistêmica do fenômeno da degradação ambiental ou mesmo da superprodução de resíduos de diversas naturezas, cuja dimensão político-econômica dos Estados e Empresas esteja em foco.

Nos últimos anos, propostas bastante atraentes têm surgido, através de empreendedores que, observando o mercado construído para as questões ambientalmente corretas, criaram espaços para explorar essa vertente do que muitos classificam de capitalismo verde.

Muito se fala na preservação ambiental, mas, na maioria das vezes, é comum alimentar esse discurso esquecendo ou anulando a responsabilidade do homem nas intervenções urbanas que provocam ao meio. Desse modo, já que o bem estar está diretamente ligado às relações que o homem estabelece com o meio, o pensador Félix Guattari, no livro Três Ecologias (1999), manifesta sua indignação, afirmando que o mundo vem se deteriorando progressivamente, por conta do modo de vida humana e a sua concepção errônea de coletividade. Consequentemente provocando desequilíbrios ecológicos, onde o mau aproveitamento dos recursos naturais, acidentes químicos e nucleares têm sido cada vez mais comuns.

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Por julgar importante a coletividade para o equilíbrio e bem estar do homem e do meio ambiente, Sônia Maria Azevedo Prudente, há dois anos, criou o espaço cultural “Reciclaria – Casa de Artes”, localizado na Avenida José Menezes Prudente, nº 97 (em frente ao Aeroporto Internacional de Aracaju) com a proposta de respeitar o meio-ambiente e integrar o homem com atividades que estimulam o bem-estar e o autoconhecimento. A partir de março, o espaço cultural oferecerá cursos gratuitos de reciclagem, ioga, artesanato, marcenaria, entre outros. Também ocorrerá uma vez ao mês no palco da Reciclaria apresentação de grupos musicais, teatro e outras performances. A Reciclaria ainda conta com espaço para restaurante vegetariano, que também passará a funcionar normalmente a partir do próximo mês.

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Atualmente a Reciclaria comercializa móveis reciclados. Sônia defende que a maior causa do caos planetário é o sentimento de separatividade. Acredita que nada é imprestável, tudo pode ser transformado. Por conta disso, explica que material produzido na marcenaria do projeto são frutos de doações e de móveis ou madeiras encontradas no lixão. O marceneiro Israel Nascimento trabalha há oito anos nessa função, mas essa é a primeira vez que participa de um projeto sustentável, diz que hoje trabalha com prazer, pois sabe que ao transformar móveis velhos sem utilidade em novos móveis seu trabalho ganha o status de arte.

O espaço tem recebido com frequência encomendas de arquitetos renomados do estado. Sônia espera que a reciclagem não seja apenas mais uma moda na arquitetura e completa dizendo que ainda falta incentivo do governo no estado para educar a população para a importância de praticar a reciclagem e de transformar essa atitude em um hábito do cotidiano.

Texto, fotografia e edição: Carlos Alberto Alves Lima e Eudorica Luciana Almeida Leão.