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Orlinha do bairro Industrial: Atrás da ponte, ao lado do rio, no meio do povo

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“Se Aracaju tem a Orlinha do Pôr do Sol, o bairro Industrial tem a do nascer do sol”. Quem afirma é o Guarda Municipal Lima Almeida. O servidor trabalha no local há aproximadamente 8 anos e se sente privilegiado em diariamente acompanhar a rotina matutina de trabalhadores e observar a visita vespertina, periódica ou ocasional, de pessoas que vem se reenergizar com a brisa do Rio Sergipe.
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É hoje um dos cartões postais mais populares da zona norte de capital. Em toda a extensão possui restaurantes, bares quiosques, centro de cultura e arte, parques infantes, quadras de esporte. Não está na rota dos pacotes das empresas de turismo. Não é prioridade nas propagandas oficiais estatais . Passa ao lado das politicas dos governos de plantão. Ainda assim, tem a beleza peculiar e majestosa que a Natureza oferece. Tem um quê de romantismo. Algo de pitoresco. A rebeldia de um lugar que deveria ser marginalizado. A semelhança entre a estrutura física da Orlinha do bairro Industrial, a população de seu entorno e o público que a visita é a miscelânea perfeita do direito sagrado (quem sabe profano?) de se desafiar.
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Quando foi revitalizada em 2004, a Orlinha tinha uma finalidade: criar um espaço de lazer para a população da zona norte de Aracaju. Seria algo como: vamos criar um local domesticado para a população da zona norte não queiram (ou não possam) vir às áreas nobres ocupar o “olimpo” da nobreza aracajuana. Eles não entendem que ZONA NORTE nada tem a ver com ZONA da MORTE. Burocratas que sentem o preconceito mesquinho de que ainda não saiu do casulo da mediocridade.
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“Eu não conheço ainda a Orlinha”, afirma o desavisado.
“Não é local seguro”, desiste o inseguro.
“O que tem de belo lá?”, questiona o incrédulo.
“Prefiro locais mais chiques”, diz a vazia patricinha.
Esse festival de preconceitos não condizem coma realidade e a beleza do local. O casal. A criança. O pequeno cãozinho. Os comerciantes. A professora. Os namorados. Os curiosos. O povo se encontra na orlinha (palavra moderna para se dizer praça). O rio assiste a tudo e a brisa abençoa quem visita a extensão a beira rio.
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Em tempos de capitalismo (selvagem para uns, liberal para outros), a pequena orla gera emprego e renda. A garçonete Ana Cléia comemora. “ Oferecemos música popular brasileira para os frequentadores, comida suculenta e tentamos atender nossos clientes com máxima atenção. Não fazemos distinção se é turista ou morador do bairro. A periferia também pode se divertir”, afirma.
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A professora universitária Maria Isidória é uma entusiasta e assídua frequentadora. “Desde que cheguei a Aracaju para lecionar no Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Sergipe, comecei a procurar locais turísticos. O engraçado é que a Orlinha não constava nem na rota das operadoras de turismo, nem nas inserções de propaganda dos governos. Quando descobrir, passei a frequentar e sempre indico aos meus amigos”, testemunha o professora.
O fim de tarde chega. A noite prepara seu espetáculo. O palco está pronto. O som mavioso do vento é lentamente silenciado pelas caixas de som dos estabelecimentos comerciais. A sombra da ppnte e o brilho das luzes refletem nas águas dor rio. É a Orlinha do bairro Industrial. É gente querendo diversão.
Em tempos de geração X ou Y, tem quem prefira ver a vida pela janela. A janela moderna de um computador. Preso no quarto, vendo “ a banda passar”.
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#partiuorlinha #orlinhasualindameame #sóvaiquemveio
Fotografia e Edição: Carlos Alberto A. Lima 
Texto: Camila Roberta, José Leidivaldo e Whagner Alcântara

A História Vista do Alto

Construído no século XIX, antigo farol de Aracaju é um registro da história da cidade.

Antigo farol de Aracaju

Antigo farol de Aracaju

A importância dele pode ser medida pelo nome do bairro que surgiu ao seu redor: a Farolândia. Localizado na zona sul de Aracaju, o antigo farol, sobrevive em meio a modernas construções com as quais disputa atenção.

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Passado e presente dividem espaço no bairro Farolândia

Construído em 1888 para orientar as embarcações que chegavam à foz do rio Sergipe, o antigo farol foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Sergipe em 1995 e se tornou um ponto turístico de Aracaju.

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Após ser desativado, o farol virou ponto turístico da nossa cidade

Mas a história desse monumento, de mais de 30 metros de altura, é marcada por altos e baixos. Por causa do crescimento de construções urbanas ao seu redor e de sua distância até a costa litorânea, o antigo farol teve que ser desativado após a construção de outro, no bairro Coroa do Meio.

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Sinalização colocada após a restauração em 2008

Com a desativação, em 1991, o lugar passou por um processo de declínio e marginalização, marcado pelo incêndio que atingiu o farol em 1999.

30 metros de altura e de muita história

30 metros de altura e de muita história

A restauração só foi iniciada em 2008 e, com isso, o monumento do final do século XIX foi recuperado e parte da história de Aracaju preservada.

 

Pauta: Luciana Nascimento

Fotografia: Francielle Couto, Leonardo Vasconcelos e Luciana Nascimento

Edição: Érika Rodrigues